FanFiction (Alice HBO) Diga á Deus a Wonderland (Estilo Script)

15:00 |



ALICE
Faz 2 anos desde que eu e o Nic decidimos morar juntos, e ele quase estragou tudo por causa de uma qualquer.
Desde então, decidi que eu não iria perdê-lo a troco de nada.
Vivemos um ano no paraíso, eu e Nic. Até que ele foi promovido e desenvolveu um súbito desejo de ser pai. Estou numa fase da minha vida que não quero nada isso, mas não posso falar às claras com ele, pois tem estado muito estressado. Venho tomando remédios para evitar filho. Mas seguimos tentando, mesmo eu sabendo que nosso filho nunca nascerá.

INTRO DA SÉRIE ALICE

Nic acorda Alice com um café na cama.

NIC
Tcharan.

Alice acorda rindo para ele.

ALICE
Que lindo! Qual é a ocasião especial?

NIC (direto)
Lembra aquele médico que eu te falei… o que …


Alice boceja e então faz uma expressão de decepção. Nic continua.


NIC
… aquele que é o tal guru da fertilidade.

ALICE
(desinteressada)
Sim. Lembro.

NIC
Então, ele teve uma desistência e encaixaram a gente.

Ele ri animado.

ALICE
Hoje, Nic? (Ela perguntou incrédula) Assim em cima da hora?

NIC
Ah, não, Alice. Nem inventa, por que você disse que tiraria qualquer horário para irmos juntos.

ALICE
Mas você atrapalhou meu dia todo, Nic! (fala com raiva)

Alice levanta bastante chateada.

NIC
Ah quer saber! Vai se quiser!

Ele se levanta com raiva, deixando cair café sobre a cama. Alice o impediu segurando-o pelo braço.

ALICE
( Arrependida)
Nic!

Nic se vira para ela, prestando atenção.

ALICE
Tá, me desculpa. Eu vou fazer isso com você. É só porque hoje eu tenho uma reunião com um investidor interessado em financiar a peça da borboleta. Sabe o quanto isso é importante para mim.. Que horas é o tal médico?

NIC
14h.

Alice revira os olhos, Nic volta a ficar chateado.

ALICE (logo se corrige)
Não, não, amor, não se preocupe, eu vou dar um jeito.




REUNIÃO INVESTIDOR
RESTAURANTE CARO DO VILA OLIMPIA, ZONA SUL DE SÃO PAULO

Alice está conversando com o investidor, Gustavo, um homem em seus 56 anos. Muito charmoso.

GUSTAVO
Alice, eu te chamei porque me interessei pela sua peça da Borboleta e queria muito que fosse encenada, darei todo o apoio financeiro que precisar, mas vou querer retorno.

ALICE
Eu trouxe essa planilha aqui…

Ela tira algumas folhas de dentro de uma pasta, e Gustavo toca em sua mão, delicadamente impedindo-a. Alice retira sua mão sem graça e dá um gole em sua bebida em seguida. Gustavo ri dela.

GUSTAVO (continua)
Então… não sei se a Helena falou de mim, mas sou um cara de negócios, e ao contrário de muitos, que evitam, eu adoro misturar negócios e prazer.

ALICE
Ah… (rindo sem graça, e bebendo mais do vinho)

Ele então agora pega o copo na boca dela e coloca sobre a mesa..

GUSTAVO
Melhor beber algo mais fino.

Ele faz um sinal para o garçom que traz uma garrafa de champagne e serve Alice sob os olhares atentos de Gustavo que a constrange. Assim que o garçom termina, Alice volta a beber mais.

GUSTAVO
Acha que eu não sei porque vestiu esse vestido provocante? Vestiu para mim. (ele ri sedutoramente) Você quer que eu veja seus mamilos enrijecidos por debaixo dele, que eu me imagine chupando-os.

ALICE (o interrompe)
Gustavo… (pede nervosa)

Gustavo dá um gole em seu champagne. E faz um gesto para que ela não diga nada. Ele tira um cartão de crédito de dentro do bolso, e em seguida assina três cheques para ela.

GUSTAVO
Toma. (empurra para perto dela) Nessa conta tem em torno de 278 mil reais. Não acho que você vai precisar de todo esse dinheiro, mas use-o como achar melhor. Compre um carro se precisar. É seu! (ele ri).

ALICE
Meu sonho é encenar essa peça. (ela começa a falar animada, mas ao mesmo tempo tímida) Estava pensando em 50 mil. No máximo. O retorno vai ser de 100 mil ou mais aproximadamente. Isso se conseguirmos exibir aqui na Villa. (ela ri).

GUSTAVO
Isso eu consigo. Se preocupe apenas em encená-la. E eu já disse, use a quantia que lhe convier. Não tenho dúvidas quanto aos seus talentos, a peça será um sucesso.

ALICE
Se quiser dar uma olhada no relatório….

GUSTAVO
Não precisa. (ele a estuda de cima a baixo).

Alice olha para o relógio, desviando o olhar. Gustavo a observa, agora um pouco impaciente.

GUSTAVO
Tem algum lugar melhor para estar?

ALICE
Eu … (ela hesita, mas depois resolve falar)... eu combinei com meu noivo de nos encontrarmos para uma consulta médica.

GUSTAVO
Posso festejar? Ele está doente? (ri fazendo graça)

ALICE (bem sem graça, rindo)
Não! O médico é para mim.

GUSTAVO
(inclina-se aproximando o rosto perto dela)
Você está bem?

ALICE
Sim, estou. É uma clínica de fertilidade.

GUSTAVO
Vocês terão um filho? Parabéns!

ALICE
Estamos tentando.

GUSTAVO
Que horas é a consulta?

ALICE
(olhando o relógio)
Na verdade, agora.

GUSTAVO
Então o que está esperando.

Alice se levanta animada. Segura os cheques e o cartão na mão e coloca em sua pasta.

ALICE
Obrigada. (ela ri um pouco sem graça para ele que retribui) Amanhã podemos nos encontrar. Vamos combinar tudo.

GUSTAVO
16h. Está marcado. (ri)

Em seguida vemos ele bebendo sozinho e um pouco decepcionado.




CLÍNICA DE FERTILIDADE
16h40

Alice entra pela porta e Nic se aproxima com raiva.

NIC
(falando irado) O que era tão importante, Alice, que você se atrasou 40 minutos?

ALICE
Nic, eu estava numa reunião de negócios. Podemos entrar agora?

NIC
Quer saber, faz essa porra sozinha!

Ele tenta sair, mas a enfermeira chama pelo nome de Alice, e ele desiste. Alice estica a mão para ele, que pega na mão dela, e os dois seguem a enfermeira.

***

Já na sala do médico.

DR. KIRSHMANN
Alice, Nic, então, o que está acontecendo? Porque procuraram a clínica?

NIC (com raiva)
Vocês são a melhor clínica da cidade. Queremos muito ter um filho.

Alice estranha a forma de Nic falar, mas simplesmente ignora.

DR. KIRSHMANN
Então vieram ao lugar certo. Há quanto tempo estão tentando?

ALICE
Só há alguns meses.

NIC
Porra, Alice, alguns meses? (ele a questiona e em seguida fica balançando a cabeça incrédulo)

Alice ri para o doutor um tanto humilhada, esse retribui sem graça a observando, pois Nic está sendo grosseiro.

NIC (para o médico)
Tem quase 1 ano, doutor.

DR. KIRSHMANN
Nic, a enfermeira colheu suas amostras e o exame já saiu. Você não é estéril.

NIC (todo feliz)
Eu sabia! (ele ri) Mas e ela?

Alice novamente ri sem acreditar no jeito dele agir com ela.

DR. KIRHSMANN
Você disse que sofreu um aborto há mais de 3 anos atrás, não foi?

ALICE
(Triste)
Sim.

DR. KIRSHMANN
Alice, entra naquela sala, tira a roupa que eu quero te examinar.

NIC (nervoso)
Examinar? Como assim examinar?

DR. KIRSHMANN (confuso)
Vou ver o útero dela, preciso verificar o canal vaginal, tamanho, entre outras coisas… Porque? O que foi?

NIC
Precisa pegar nela assim? Dessa forma?

Alice extremamente vexada.

ALICE (completamente confusa)
Nic! Ele precisa sim!

NIC
Vai, Alice, troca essa roupa logo! (nervoso). Deixa ele te “examinar”! (é irônico)

Alice vai para a sala e volta de camisola.

DR. KIRSHMANN
Deita aqui, Alice…

Alice obedece o médico.

DR. KIRSHMANN
Coloca sua perna aqui… a outra aqui…

Alice vai fazendo o que o médico pede.

DR. KIRSHMANN
Agora, relaxa. (ele olha para Nic que balança a cabeça sem acreditar) Agora vou precisar colocar a mão dentro dela, Nic.

Nic suspira.

ALICE (com raiva)
Sai daqui, Nic!

Nic faz que não com a cabeça.

ALICE
(Impaciente)
Nic, eu tô pedindo, sai!

NIC
Eu vou ficar aqui, de longe, mas vou ficar aqui! (ele se senta)

Alice fica extremamente nervosa. O médico introduz sua mão nela e ela está muito desconfortável com toda aquela situação. Ele continua a examiná-la.

***

Com Alice já vestida, o médico começa a falar.

DR. KIRSHMANN
Alice, você é perfeitamente normal, também. Com o exame físico eu pude ver que seu útero tem posição, formato perfeitos. E os exames específicos também mostraram isso. Vocês não tem motivo nenhum para não engravidarem. Agora existe um assunto delicado… sobre os seus exames de sangue.

Alice engole seco e acena levemente com a cabeça para o doutor não falar nada.

DR. KIRSHMANN
Como eu disse, é um assunto delicado, podemos discutir….

NIC
(interrompendo) Que assunto delicado?

DR. KIRSHMANN
Converse com a sua mulher, Nic. É melhor.

Nic olha com raiva para Alice. Alice quase se encolhe.

***


Nic entra quase derrubando a porta, seguido de Alice.

NIC
Então me deixou fazer papel de palhaço naquela porra de clínica e você estava tomando pílulas?

ALICE
Eu não quero ter um filho agora, Nic, e você fica me pressionando.

NIC (berrando)
E ainda deixou aquele merda te tocar a troco de nada! Você é uma puta mesmo, Alice, é isso que você é!

Ele se aproxima dela, intimidando-a, mas Alice encara Nic, mesmo sendo bem menor do que ele.

ALICE (com raiva mas se segurando para não gritar)
Olha como você fala comigo, Nic, eu não sou uma daquelas putas com quem você estava acostumado a lidar não, hein?

NIC
Não mesmo, é bem pior! Pelo menos aquelas putas não se fazem de mocinha quando na verdade são é uma arregaçada!

ALICE
(fala decidida)
Eu vou ir embora daqui!

Alice passa por Nic olhando-o com ódio e vai para o quarto. Nic soca a parede com ódio quase quebrando seus dedos. Ele vai atrás de Alice que no quarto está puxando suas roupas do armário e tacando tudo em uma bolsa. Ela está chorando.

ALICE
Agora tenha seu filho, sozinho, seu merda! (ela vai até uma cômoda e pega algumas de suas coisas e também joga na mesma bolsa).

Nic puxa a bolsa da mão de Alice.

NIC
Você não vai embora, eu não vou deixar!

ALICE
Eu vou sim! Me devolve isso, Nic? (ela estica a mão sem nenhum pingo de paciência).

NIC
(perde a paciência)
Olha onde eu jogo as merdas das suas coisas!

Nic vai até a janela e atira a bolsa de Alice por ela. Alice olha horrorizada para o que ele fez.

ALICE (desesperada)
Olha o que você fez, seu merda!

Alice faz menção de sair do quarto para descer e ir atrás de suas coisas, mas Nic a segura pelos cabelos puxando-a por trás e atirando-a na cama.

NIC
Você não vai atrás daquelas tranqueiras suas não! Já disse que você vai ficar aqui. Lugar de puta é ao lado do marido!

Alice o encara com ódio, atirada sobre a cama, seus cabelos estão desarrumados.

ALICE
Você não vai fazer isso comigo, Nicolas. Eu não sou mulher de ficar aturando homem lixo não!

Ela tenta se levantar e Nic a empurra novamente.

NIC
Fica ai!

ALICE
Nicolas, sai da minha frente! Você sabe que se entrar nessa comigo, eu não vou aceitar caladinha. De cabecinha baixa.

NIC
Uai, eu não estou te impedindo. Tenta passar! (ele riu, se divertindo)

Alice se levanta e tenta passar por Nic, ele agora a segura pela face com raiva, apertando as bochechas dela com força enquanto a empurra pelo rosto levando-a até uma parede, onde ela bate as costas. Alice dá um safanão no braço dele, fazendo-o largá-la. Nic agora fica com raiva e como se não fizesse nada, fecha a mão sobre os lábios dela. Alice grita sendo machucada. Nic olha seu punho e está bem sujo de sangue. Alice coloca a mão sobre seus lábios e vê que está sangrando.

ALICE
Você me machucou, seu merda!

Ela vai até um espelho com raiva. Ela está sangrando bastante pelo lábio. Nic a rodeia sentindo-se culpado.

NIC
Sabe que eu não fiz de propósito.

ALICE
( Ameaçando)
Eu vou te colocar na cadeia!

NIC
Faz isso, Alice! Eu não duvido que você teria coragem, mesmo sabendo que foi sem querer.

Alice começa a chorar, com raiva dele.

ALICE (chorando magoada)
Nic, eu não vou morar mais com você. Não vamos ter filho juntos. Você acaba de destruir tudo.

Nic começa a chorar também. Ele ajoelha-se perto dela.

NIC (com lágrimas)
Você sabe que eu não te bati, amor.  Não faz isso. Você sabe que eu só mexi a minha mão perto de você e acabei te acertando sem querer. Por favor, me perdoa, eu não tive a intenção.

ALICE
Você teve sim.

NIC
Eu quis, Alice, mas eu te juro que eu não ia. (Tentando convencê-la) Eu não te soquei. Se eu tivesse feito isso, você não estaria conseguindo nem falar agora.

ALICE (decidida)
E quando você resolver que quer e que vai me machucar, Nic? Ai eu não vou conseguir mais falar? Andar?

NIC
Não, isso não vai acontecer, eu juro, Alice! Eu não sou esse tipo de cara.

ALICE
Eu é que juro, Nic. Não vai mais acontecer, porque se acontecer de novo, eu juro que eu te coloco na cadeia.

NIC
Meu amor. (ele a beija nas mãos).

Alice o olha com raiva.


***

Nic acorda Alice com uma rosa em uma bandeja com um copo d’água. Alice o olha com raiva, seus olhos estão inchados de tanto chorar.

NIC
Me desculpe, amor, por ontem. Nossa, eu vou cortar minhas mãos mil vezes antes de te machucar novamente.

ALICE
Eu vou cortar, Nic.

NIC (rindo dela como se ela estivesse brincando)
Está bem, meu amor.

ALICE (bastante séria)
Eu não estou brincando, Nic. Pensa em me machucar de novo, e você vai ver.

NIC (levando ela na brincadeira)
Eu sei, meu amor. Eu sei.

Nic tenta beijá-la, mas Alice vira o rosto. Nic a obriga virar o rosto para ele e a beija.

ALICE (repreendendo)
Nic!

NIC
Eu estava louco para te beijar.

ALICE
(chateada)
Eu tenho uma reunião hoje.

Ela se levanta indo se arrumar. Ela tira a roupa e entra no chuveiro.  Ela começa a tomar banho. Nic entra logo atrás. Ele a beija no pescoço.

ALICE
Nic, por favor.

NIC
Não estou fazendo nada. (rindo)

ALICE
Eu estou chateada com você, é tão difícil entender?

NIC
Me desculpe, meu amor. Me desculpe, me desculpe, me desculpe. (ele a beija nos lábios seguidamente sem deixar ela falar, segurando o rosto dela em suas mãos)

ALICE
(afastando-o)
Ai.

Ela leva a mão nos lábios fazendo uma careta de dor. Ele faz uma expressão de pena, e culpa.

ALICE
Vamos fazer o seguinte, Nic, eu vou na minha reunião, é muito importante para mim, e quando eu voltar, a gente fica junto, está bem?

Alice sai do chuveiro e Nic permanece no banho, só que agora bem animado.

NIC
Vou preparar um jantar para a gente. (ele ri feliz)

Alice se veste enquanto Nic toma banho.

NIC
Alice, o que acha de spaghetti?

ALICE
Você vai saber fazer isso, Nic? (ela veste um vestido)

NIC
(ensaboando-se)
Claro, você vai se apaixonar pelo meu spaghetti de tomate, amor!

ALICE
Quer que eu traga um vinho?

NIC
Lógico! Que horas você volta?

ALICE
Cedo, Nic. Eu espero. (ela fecha sua sandália)

Alice fica na porta do banheiro observando Nic, ela sorri para ele. Pensa que talvez esteja exagerando. Ele sorri para ela.

NIC
Tchau, meu amor.

ALICE
Tchau.
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FANFICTION (LIBERDADE, LIBERDADE) - O tormento de Joaquina

14:57 |


Joaquina estava com os pulsos espremidos contra a grade da cela, presos com um grosso e enferrujado pedaço de arame que partia sua pele. Havia uma boa quantidade de sangue fresco misturado ao sangue seco que escorria desde o dia anterior quando fora tirada de sua casa com Rubião, e levada à força pela guarda real. Haviam prendido seus braços acima da cabeça e numa altura que não era possível nem ficar de pé e nem sentada. Joaquina estava agachada. Seu vestido, apesar de pouco sujo, devido à brancura aparentava uma sujeira de anos, mas ainda assim deixava claro que se tratava de uma dama da alta sociedade.
Apesar de ter dormido algumas horas naquela cela, conservava na pele o cheiro do hidratante que seu pai lhe presenteara e do perfume que ela mesma comprara em uma de suas muitas viagens à Paris. Havia ficado horas sem comer e sem beber, e devido a isso, seus lábios já apresentavam uma exacerbada secura. O lugar inteiro tinha um aspecto completamente diferente de onde morava. O forte odor de dejetos humanos, e a aparência escura e fugaz contrastavam com o cheiro de madeira velha e folhas úmidas da varanda. Quando se lembrou de casa, o cheiro da broa de milho da escrava Cecília invadiu suas narinas. Como era muito emotiva, Joaquina se emocionou. Tentou enxugar suas lágrimas, pois não queria que a vissem chorando, mas com as mãos presas não conseguiu. Seu estômago doeu, a fisgada teve a intensidade de uma facada, estava com muita fome. Apoiou a cabeça na grade, e a testa contra seu braço esticado e fechou os olhos, completamente esgotada. Mal teve tempo de adormecer, ainda que levemente, e a movimentação no calabouço a preocupou. A voz de Rubião lhe deu esperança:
____Solte a prisioneira, Soldado! Ela é a minha esposa!
____Não, senhor, temos ordens do Duque de Ega para mantê-la presa até que ele mesmo dê segunda ordem.
____Eu sou o Intendente! Você me deve obediência.
Tolentino aparece calmamente:
____Rubião, Joaquina está nas mãos da coroa agora. O Duque é o encarregado direto da rainha nesse assunto. Considerando sua ligação com a traidora, não pode ser você.
Rubião abaixa a cabeça:
___Exijo falar com a minha esposa.
___Rubião! - Joaquina chama por ele. Rubião a vê,  atirada no chão,  e o estado dela o espanta, está muito abatida.
Tolentino faz um gesto com a cabeça para o soldado deixá-lo entrar. O soldado abre a porta da cela e Rubião passando por ele, o ameaça:
___Quando o Duque se for, eu vou ter sua cabeça, soldado.
O soldado engole seco, nervoso. Rubião entra na sala de Joaquina e desesperado se agacha perto dela. Ele a beija nos lábios:
___O que fizeram com você,  meu amor?
___ Rubião,  me tira daqui. - ela implora.
___ É só o que eu tenho feito, meu amor. - volta a tomar-lhe os lábios.
___ Eu estou com sede.
Rubião se levanta, gritando:
___ Tragam água pra minha esposa!
O soldado volta a buscar Tolentino com os olhos e esse acena novamente deixando que o amedrontado soldado obedeça Rubião. Ele traz um copo de barro cheio de água e entrega nas mãos do jovem intendente. Rubião volta a se agachar diante de Joaquina e lhe dá água na boca, enquanto a segura delicadamente pelo queixo. Joaquina cospe mais água do que bebe molhando toda a sua roupa. Rubião limpa os lábios dela com as mãos.
____Fique bem atenta, eu vou arrumar um jeito de te tirar daqui.
Joaquina faz que sim com a cabeça.

***
Rubião entra na casa do Duque, desesperado:
___ Seu desgraçado, você a prendeu. Eu exijo que solte minha mulher agora.
___ Ela é uma traidora da coroa. Muito me admira você achar que seus interesses pessoais com Joaquina... suas vontades, seus desejos sobrepõem os interesses da monarquia.
___ Eu sou casado com ela.
___ É mesmo! Até me esqueço às vezes. Por causa da reputação da prisioneira.
___ Muito cuidado com o que vai dizer sobre a minha mulher. Qualquer coisa que diga pode ofender a minha honra e não poderei deixar passar.
___Pelo contrário,  sr. Intendente,  me preocupa justamente a sua honra.
Rubião fica atento,  e Ega continua:
___Senhorita Branca tem uma testemunha que afirma ter visto a senhora Joaquina se acostando com Xavier.  Conhece esse rapaz?
___Já sabem o paradeiro dele?
___Não.  Mas…. eu poderia nunca encontrá-lo,  e então…. ele apareceria morto depois que eu lhe enviasse até uma pista, e essa pista não desse em nada.
___O que quer em troca?
___ Quero que saiba que tenho muito a perder aqui. Porque se por um lado, eu lhe der Xavier de bandeja, a senhorita Branca vai me denunciar à Monarquia.
___Me diga o que quer, Ega! - Rubião indaga, impacientemente.
___Quero uma noite com Joaquina. Quero que aquela meretriz saiba que você a vendeu. - ele ri. ___Não será muito difícil para você fazer isso, afinal  de contas ela te traiu.
Rubião fica olhando pra ele, pensativo.

***
Ega leva Rubião e alguns guardas a cavalo até um local. Rubião segue Ega, com certo receio. Ega olha para o local e então faz um gesto pra todos pararem.
____É aqui.
Rubião desce do cavalo de uma só vez:
____Eu cuido disso sozinho.
Rubião vai em direção a uma pequena casa, e Ega o segura pelo braço:
____Não esqueça de nosso acordo.
Rubião puxa o braço com raiva. Ega ri.
Rubião entra na casa e Xavier está preso em uma haste sangrando. Está bastante espancado.
Rubião anda ao redor de Xavier que levanta a cabeça encarando-o.  Rubião cospe em Xavier que o encara agora com muita raiva:
____Rubião,  seu desgraçado!
____Você vai morrer agora, rapaz. Eu só preciso saber uma coisa. Você ama Joaquina?
____Sim. - ele fala com a cabeça abaixada.
____Eu preferia não ter ouvido isso. - ele faz um gesto para os soldados e esses começam a esfaquear Xavier que grita de dor, enquanto seu sangue se esvaie.

***

Rubião entra no calabouço.
____Abra!
O soldado abre na hora. Rubião entra na cela de Joaquina. Ela se levanta com dificuldade,  e ri pra ele, esperançosa. Rubião a olha com desdém. Joaquina balança a cabeça tentando entendê-lo:
____Você dormiu com Xavier?
____ Rubião, não! - ela se desespera.
____ Segundo Luanda, sua antiga escrava, você e Xavier se acostaram no celeiro dos escravos em mais de uma ocasião. Ela disse pra senhorita Branca que era você.
____ Rubião…. - Joaquina começa a chorar.
____ Chega de mentira, Joaquina! Me fala a verdade! Eu sou o único que pode te tirar daqui, e só se você me disser a verdade eu confiarei em você.
____ Eu juro, Rubião. - ela chora parecendo criança.
Rubião puxa de dentro de seu bolso um grande pedaço de tecido:
____E como esse pedaço do seu vestido parou nas mãos da escrava? É seu vestido! Eu sei!
Joaquina observa Rubião,  com medo. Ele berra:
____Fala, Joaquina!
Joaquina se encolhe assustada, e desesperada responde já em lágrimas:
____ Rubião….. quando eu dormi com o Xavier eu não te conhecia. - ela tenta se explicar.
____ Vagabunda!
Os soldados riem dela. Joaquina fica com raiva e tenta chamá-lo à atenção:
____ Rubião…
Esse range os dentes com raiva:
____ Sua vadia imunda!
Joaquina ainda que com medo o encara altiva:
____ Você me respeita, Rubião!
____ Te respeitar? - Rubião vai com raiva contra Joaquina, aproxima-se bastante dela, e a segura pelos cabelos obrigando-na a encará-lo. __Você me respeitou quando abriu essas pernas e se refestelou naquele homem? - ele a lambe nos lábios desrespeitosamente.  Joaquina vira o rosto se livrando enquanto geme de ódio. Com muita raiva, Rubião bate a testa dela na grade causando-lhe um corte. Joaquina escorrega pela grade, ameaçando um choro, mas se controla. Rubião volta a segurá-la pelos cabelos e fazê-la encará-lo. Só que dessa vez é possível ver o sangue escorrendo de sua testa:
___ Sabe o que vai acontecer agora? - Joaquina o encara com ódio.  Ele ri dela. Segura-a pelo rosto e esfrega sua mão por todo o seu rosto, novamente bastante desrespeitoso. ____Vai perder esse seu ar de superioridade. - ele se afasta dela. ___ Duque de Ega, pode entrar!
O Duque aparece impecável.  Joaquina arregala os olhos, completamente horrorizada. Ele retira uma blusa branca de cima de toda a sua vestimenta e entrega para o soldado ao seu lado.
____Nossa, você está horrível, minha cara. Nunca pensei que diria isso, mas onde está aquela linda dama que conheci? Aquela com o narizinho empinado e a língua afiada? - ri de si mesmo.
____Continua sendo a mesma mulher!  - ela responde com raiva, lágrimas começam a escorrer.
____ Engana-se,  minha cara, essa pobre coitada que você é agora terá muita sorte se eu chegar ao ápice nessa minha diversão momentânea.
____ Você não vai tocar em mim. - ela o ameaça,  encolhendo-se de medo, e em seguida buscando os olhos de Rubião que se mantém de costas para ela. Joaquina abaixa os olhos, sentindo-se derrotada. A voz de Ega chama-lhe atenção:
____ Pode lutar, Joaquina, eu irei me divertir mais assim. Soltem-na!
O soldado se aproxima. Puxa o arame causando mais dor na jovem,  e em seguida, corta com uma faça,  livrando-na.
____ Rubião… - Joaquina se aproxima dele. ____Não deixa ele fazer isso comigo. Nós somos casados.  Eu sou sua mulher.
Ela se encolhe perto dele. Ele a afasta:
____ O que ele vai lhe fazer, Joaquina? - finge não saber.
____ Você não pode me deixar aqui. - ela se joga sobre ele, segurando-o pela gola da camisa e implorando.  ____ Me protege, por favor, eu lhe imploro.
Rubião puxa a mão dela com raiva retirando de sua gola, em seguida a esmurra no rosto causando de ela cair batendo o braço e o rosto no chão duro e gelado. Na face, Joaquina sente o murro e o rasgo em sua carne causado pela queda, no braço, uma dor insuportável perto do cotovelo, e só uma pequena menção de movê-lo faz escorrer lágrimas descontroladamente.  Ega sorri e bate palmas:
____O intendente já arrancou o primeiro sorriso da menina do Tiradentes! - sua voz soa como um discurso.  ____ Agora pode deixar que os próximos eu mesmo arranco. - faz um gesto pedindo que Rubião se retire.
Rubião sai deixando Joaquina sozinha, largada à própria sorte.  Ela sente um frio no estômago e fica sem ar. Seu coração dispara. Ela observa Rubião sumir pelo corredor,  ainda jogada sobre o chão se recuperando da pancada dele.
____Olha a cara de desolação que você fez! Essa expressão foi impagável.  - O Duque se diverte.
Joaquina começa a se desesperar. Aquela criatura odiosa iria usá-la,  e não estava conseguindo pensar em uma salvação.
____Desnudem-na!
Os soldados se aproximam de Joaquina que os interrompe chorando:
____Não prefere que eu me asseie? - ela geme implorando ao Duque, fazendo uma expressão esperançosa. Ele gargalha:
____ Pra mim, tanto faz. Vamos terminar logo com isso.
Os soldados seguram Joaquina mantendo-na no chão. Ela luta tentando chutá-los.  Eles a seguram pelas pernas e puxam sua calçola deixando-a completamente nua por debaixo do vestido. Joaquina grita e chora. Eles permanecem segurando-na. O Duque se aproxima e Joaquina o chuta fazendo-o cair de costas, mas ele não perde o sorriso. E enquanto se levanta devagar, fala com desdém:
____ Virem-na de costas! Putas gostam de costas.
Os dois soldados viram Joaquina de costas, e seguram-na pelos braços com bastante força.  Joaquina tenta se virar de frente, em vão. Ela geme, desesperada por não conseguir se defender. Em seguida o Duque levanta o vestido dela, deixando-a exposta. Joaquina chora como se implorasse para que ele não fizesse aquilo. Ele desabotoa sua própria calça e exibe seu membro. Esfrega suas mãos nas nádegas de Joaquina causando-lhe nojo. Ele então suspira, segura seu membro na mão e introduz nela. Joaquina grita em desespero. Ela tenta se soltar puxando seu braço, mas isso lhe causa uma dor tão insuportável no cotovelo machucado que sua voz sai tremida durante o choro. Ega continua violentando-a, ignorando por completo o sofrimento dela. Joaquina faz força pra tentar se soltar atrapalhando o gozo de Ega,  que com raiva grita:
____Me dá o ferro!
____Não!  - Joaquina grita, chorando.
O soldado se aproxima entregando o ferro na mão de Ega que se debruça nas costas dela e fala em seu ouvido:
____Vai ficar quietinha?
____Vou. - ela chora, Ega continua ameaçando-a, e Joaquina chora implorando. ___Eu vou, por favor,  não faz isso. Não me marca!
Ega volta a introduzir seu membro em Joaquina e a violentá-la. Ele se movimenta sentindo um enorme prazer. Ele fecha os olhos, gemendo de prazer. As lágrimas escorrem dos olhos de uma acoada Joaquina, que não revida, apenas chora. Ele continua, agora segurando o ferro em uma das mãos, e se deliciando sobre o corpo inerte da jovem. Ele então encosta o ferro nas costas de Joaquina que dá um berro agonizando de dor. Ele mantém o ferro sobre a carne dela enquanto observa a fumaça se soltar. Joaquina chora se sentindo completamente sem energia. Seus olhos teimam em abrir, e nem a saliva ela consegue manter na boca. Ega finalmente goza sujando Joaquina com seu suor e seu sêmen. Ele se levanta, e se veste, em seguida suspira ajeitando seus cabelos. Joaquina se vira se cobrindo, em seguida revira os olhos desmaiando.

***

Dois dias depois….
Branca aparece no calabouço.  Ela entra na cela. Joaquina ajeita sua saia mesmo em farrapos sobre as pernas sujas de sangue, e ajeita seus cabelos com as mãos. Apesar das  lágrimas,  ela encara Branca. Seu rosto está todo machucado. Seus lábios sangram. Branca ri da situação de Joaquina.
____ Esse lugar combina com você, Rosa. O lugar de uma prostituta!
Joaquina chora,  não consegue responder Branca.
____ Pobrezinha… - Branca faz uma expressão de pena. ___Estou com muita pena de você. Toda suja… - a olha com nojo. ___ Usada. Quantos já foram? - pergunta fingindo animação.
____Você é um monstro, Branca! - Joaquina chora encarando-a com ódio.
____ Está vexada? Fica não, bobinha. - ela se aproxima de Joaquina. ___ Quem sabe agora esses bondosos rapazes não apagam o seu fogo?
____ Me deixa em paz, Branca! - Joaquina fala com raiva.
____ Ainda não. - fala satisfeita. ___Vou pedir pro Duque de Ega te fazer uma visita hoje.
Joaquina presta atenção no que ela diz. Ela continua:
____Da última vez eu pedi pra ele te marcar, ele marcou? - ela se aproxima de Joaquina e puxa a parte de cima do vestido dela. Ela tenta empurrar Branca,  mas não consegue,  essa  está mais forte que ela. Puxa com força,  rasgando o vestido da jovem nas costas exibindo a cicatriz. Branca faz uma expressão de satisfeita, Joaquina a empurra com força jogando-a no chão. Dois soldados entram na cela. Um deles segura Joaquina por debaixo do braço tentando erguê-la, mas a jovem não deixa fazendo força contrária, o outro então acerta um tapa com força no rosto dela. Em seguida eles a soltam. Joaquina toma fôlego. Branca se levanta gargalhando:
____Ah… então Ega já te deu o que você merece.
____Sai daqui! - Joaquina berra feito doida causando medo em Branca que limpa seu vestido, levemente desconcertada. Branca já está saindo quando retorna:
____Vou pedir pro Duque te fazer uma visita hoje a noite. Vai ficar toda marcada, sua raposa.
____Branca, não!  - Joaquina segura o vestido de Branca. ___Por favor, eu estou grávida. - ela chora. ___Eu estou carregando um filho do Xavier.

***

Branca puxa o vestido com raiva:
___Um filho do meu Xavier nesse seu ventre imundo?
___Branca, me ajuda. Esse filho é tudo que restou dele.
___Eu poderia te ajudar… mas você teria que fazer algo por mim.
___ Qualquer coisa.
___ Eu exijo que o filho do Xavier seja cuidado por mim.
___ Não. Nunca. - Joaquina chora.
___ Está bem. - Se vira. ___ Espero que se divirta com o Duque hoje.
Joaquina faz uma careta de choro e desata a chorar.

***
O Duque entra na cela de Joaquina e se aproxima dela. Ele suspira. Joaquina está suja, o cabelo todo embaraçado, sem brilho. O olhar abatido, o rosto machucado. Porém de alguma forma, extremamente linda. Ela o observa com raiva, ele ri pra ela, passa os dedos sobre seu  rosto, tentando ser delicado. Ela faz uma expressão de nojo. Ele ri:
___ Você nunca perde esse seu risinho de superioridade. É algo que eu admiro em você.
Ele se afasta, abre seu cinto deixando-o cair sobre o chão juntamente com sua espada e sua arma. Joaquina vira a cara, fechando os olhos. O desespero é visível em seu rosto.
___Marquem-na! - faz um gesto para os soldados. Esses vão até o fogo com o ferro esquentando e trazem para Ega.
Joaquina começa a chorar já se erguendo para tentar se defender. Os dois soldados vão até ela. Um a empurra contra a grade enquanto o outro segura seus braços para trás. Joaquina implora:
____Não precisa me marcar, eu não vou lutar. Eu vou ficar quieta.
Ega levanta as sobrancelhas mandando os guardas pararem, esses obedecem,  mas permanecem segurando-a. Ele se aproxima de Joaquina e os soldados a viram para ele. Ela o encara com medo. Ele ri incrédulo:
____O problema é esse seu olhar, com esse ar de superioridade. - ele faz uma entoação de nojo e prossegue. ____Isso me desagrada e muito.
____Não, eu não me acho superior. - as lágrimas escorrem enquanto se explica em desespero. ___Olha, eu não vou nem olhá-lo de frente, eu juro. - ela implora. ____Olha aqui, eu estou olhando pra baixo. Olha!
Ele ri satisfeito, em seguida faz um gesto positivo com a cabeça e os soldados se afastam. Joaquina fica parada esperando o Duque que se aproxima. Ele a puxa pelas pernas fazendo-a se deitar sobre o chão frio e ralar suas costas na estrutura áspera. Ela sente o toque dele entre suas pernas. Ele abaixa sua própria calça enquanto Joaquina vira o rosto o tempo inteiro lutando para evitar o olhar dele. Ela se sente extremamente humilhada por estar sendo sujeitada àquele homem. Ele abre as pernas dela e introduz seu sexo. Joaquina engasga um grito de dor. Ega fecha os olhos fazendo um movimento de vai e vem, enquanto sente prazer. Joaquina fecha os olhos sentindo-se desfalecer.
***

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LIBERDADE, LIBERDADE - Rosa leva tapa de Rubião e é violentada por ele.

12:27 |
CENA LIBERDADE, LIBERDADE.

Rosa é descoberta por Rubião, que com raiva lhe dá um forte tapa no rosto. E em outro momento da novela, ele a violenta, causando ainda mais raiva na jovem.,





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Strain - Fanfiction Norah e Dutch são pegas por Heinchorst

05:09 |
Fet beijou Dutch enquanto ela dormia. Ela se virou para ele sorrindo:

_ Ontem foi tudo tão bom. - apoiou seu braço sobre o peito nu do amado.

_ Eu não sei, menina? - ele ri.

Ela deu um leve tapa no rosto dele:
_ Seu convencido de merda!

Ele deu sua habitual risada contagiante, mas parou em seguida segurando Dutch pelo rosto:
_ Eu te... - ele tentou falar, mas ela colocou alguns dedos sobre seus lábios e o beijou impedindo-o. Em seguida se levantou, abriu uma gaveta ao seu lado e pegou um maço de cigarro.

__ O que foi isso? - Fet ficou confuso por ela tê-lo interrompido.

__ Ah, isso... - mostrou o maço em suas mãos.  _ É cigarro. Nunca viu? -  riu sendo engraçadinha, puxou um e se pôs sentada, abrindo as gavetas em busca de um isqueiro.

__ Eu estava prestes a lhe dizer uma coisa. Você não reparou? - ele se sentou.

Dutch vestiu sua calça jeans e seu sutiã e ergueu-se indo até a cômoda e para seu alívio encontrou um isqueiro.

__ O que ia dizer? - Fingiu desentendida, e pior desinteressada.

__ Você sabe muito bem. - Ele olha as horas rapidamente.

__ Ah, sim... - ela ascende o cigarro e depois de um longo e demorado trago retorna no assunto. __ “Você”.... - fez um gesto teatral. _... estava prestes a dizer algo que iria exigir uma resposta. Resumindo, você estava prestes a estragar tudo, e eu… - apontou para si mesma como se fosse uma heroína. _ ... lhe impedi de cometer esse erro. - deu um risinho sonso.

Agora se jogou na cama de barriga para baixo, e se deitou nas pernas nuas dele. Ele a acariciou nos cabelos.

__ Queria conseguir te entender, menina.  É muito confusa.  - ele a observava curioso.

__ Eu não sou confusa. - virou de barriga pra cima e Fet prosseguiu acariciando seus cabelos. ___ Aí é que está! - Tragou mais uma vez. __ Vocês homens estão tão acostumados com mulheres confusas, que quando aparece uma mulher tão simples como eu, não têm a mínima porra de ideia de como lidar com ela.  - Riu com o cigarro na boca e ensaiou um origami com um pequeno pedaço de papel que encontrara em seu bolso segundos antes.

__Eu já desisti. - Ele segura o rosto dela em suas grandes mãos e a beija.

Ele se levanta e começa a se vestir.

__ Adoro quando me beija.

Fet ri:
__Eu te amo, você sabe disso? -  ele diz rapidamente e depois de vê-la tragando seu cigarro rapidamente num gesto de nervosismo, ele ri.

Dutch se levanta e dá um gole numa garrafa. Em seguida cospe:
__ Que merda é isso?

Fet ri dela novamente.

__ Do que está rindo seu babaca?

__ Isso é água. E você cuspiu.- ele veste uma blusa. __ Esse é o primeiro sinal de que é uma alcoólatra.

Ela veste suas botas rapidamente e desce as escadas.


Norah e Eph estão tomando café.  Norah fala animada:
_ Dutch, fizemos ovos para vocês.  Estão com fome?

Dutch sorri para ela, desinteressada vai até a geladeira:
_ Você tomou todas as Heins da geladeira?  - olha para Eph com raiva.

_ Tinha apenas duas.

_ Não eram apenas... duas, Eph.

Ela se senta, cansada. Ascende um segundo cigarro e Fet puxa o cigarro da boca dela, ela o olha com raiva, mas se volta para Eph continuando:

_ Dutch, come alguma coisa. - Norah entrega uma bandeja para ela.
Fet pega o prato das mãos de Norah e agradece com um gesto com a cabeça.

_ Você não sabe contar. 1 + 1 = 2

_ Dutch, pára! - Fet faz uma expressão de cansaço. _ Compramos mais para você..

Fet olha para Eph que já está com raiva.

__ O que houve? - Então olha para Norah, mas ela não sabe explicar, apenas dá de ombros.

__ Quantas pessoas bebem nessa casa, Fet? - Dutch questiona Fet.

__ Você e ele. - Aponta para Eph.

__ Quantas pessoas dá isso, Norah?

__ Duas.

_ Exatamente! Duas! - mostra dois dedos. __ E tinha duas Heiins na geladeira. Exatamente uma para ele e uma para mim. Mas ele tinha que pegar as duas.

_ Ah, por favor, Dutch, vamos sair e pegamos mais para você.

Fet serve um café para ela que bebe bem a contra gosto.

Fet morde um pedaço de pão e sorri para Norah que retribui o sorriso. Sem paciência, Eph atira seu pão com raiva sobre a mesa:
_ Só me falta. No café da manhã, precisar tolerar isso. Ainda mais de quem...- aponta para Dutch.

_ Quem? - Indaga indignada. Em seguida o desafia. _Me fala, Eph, Quem? - Ela aguarda com raiva.

_ Você foi embora para ficar com aquela mulher. Porque voltou?

_ Quer saber... não é da sua maldita conta! - Dutch fala com raiva.

_ Ela está te fazendo de palhaço,  te usando. Só você não enxerga isso, cara.

Norah olha para ele com raiva:
_ Está pagando de babaca. Fet sabe se cuidar. - veste seu casaco que estava pendurado em sua cadeira._ Vem, Dutch!

Dutch empurra a mesa sobre Eph fazendo cair café sobre ele, Norah se afasta a tempo. As duas saem pela porta.


Dutch caminha na frente de Norah, com raiva. Ela a segura pelo braço:

_ Espera! O que está fazendo?

_ Alimentando o meu ódio. Por pouco eu não quebrei todos os dentes daquele imbecil.

_ Não fique com tanta raiva, Dutch. Eph não é conhecido por sua gentileza.

_ E eu não sou conhecida por aturar pessoas que não são gentis.

_ Calma. - Norah pede segurando-a pelo braço.

Dutch respira fundo e aceita o conselho de Norah. Em seguida se preocupa com a amiga:

_ Caso não tenha reparado. O “probleminha” com bebida dele está voltando.

Norah desvia o olhar desolada, mas volta a olhar para Dutch:

_ Eu sei. Peguei ele completamente bêbado falando asneiras ontem a noite.

Dutch repara na expressão de Norah, e com raiva se vira esbravejando:  

_ Quer saber, foda-se, Eph! Foda-se, Fet! Fodam-se os homens, vamos viver nós duas felizes para sempre.

Dutch sorri, brincalhona e Norah ri dela.

_ Eph pediu que entremos nesse hospital para ver se conseguimos ratos criados em laboratórios. Cobaias.

_ Eph que vá!  - Fala decidida.

_ Dutch! - Norah fala sério.  _ Somos uma equipe ou não somos?

_ Somos?

_ Eles também se arriscaram por você lá.  

_ Eu sei. -Dutch mostra que não é mal agradecida. .  _ Ainda não tive a chance de agradecê-los.

_ Ninguém está esperando isso. - Norah tentava ser razoável.

_ Quer que eu agradeça agora? - Dutch novamente se arma..

Dois homens apareceram interrompendo-as:
_ Estão precisando de ajuda?

_ Estamos procurando este local. - Dutch puxa o mapa das mãos de Norah e mostra o pequeno pedaço de papel  feito a mão.

_ Hospital Saint Petersburgo? Logo ali. Se quiser posso levá-las.

_ Não, temos nossa van. Obrigada de qualquer forma. - Norah não gosta do sujeito.

_ Pelo que vi no mapa de vocês, essa região aqui.... - aponta com o dedo.  _ Está tomada por eles,  seria melhor pegar um atalho.

_ E por onde é esse atalho? - Dutch questionou.

_ Olha... vocês pegam essa rua, seguem reto até o posto de gasolina... na metade vocês verão outro posto de gasolina e virarão a esquerda e…

Dutch fica confusa:
_Você disse "Á esquerda do posto ou simplesmente à esquerda?"

_ Cara, eu levo vocês duas lá, é rapidinho. - Ele ri. _ Vocês irão se perder se eu não levá-las.

Norah faz que "sim" com a cabeça:
_ Está bem.  Obrigada.  

Dutch dá de ombros, e entra na van muito à contragosto, Norah a segue:



Na van, Dutch ri e bebe um copo de chocolate recém servido por um deles. Norah se recusa.

Um deles as questiona:
_ Vocês são de onde?

_ Utah.  - Norah responde secamente..

O homem ri e desvia seus olhos para Dutch:
_ E você, loira?

_ Londres. E meu nome é Dutch. - O analisa com calma.

_ Você é inglesa, “Dutch”? - Ele ri. _ Cara, nunca imaginaria!  

_ Não? Porque?  - Ela esfrega as mãos no chocolate quente.

_ Porque nunca conheci uma inglesa gostosa assim.

Dutch olha para Norah. E em seguida balança a cabeça num tom de reprovação, mas quando vê que Norah sorri, ela ri também.

_ Ah, desculpe, vocês estão juntas? - ele ri estranhando.

_ Não. - Norah responde rápido.

_Sim.  - Dutch responde ao mesmo tempo.

O homem ri. Balança a cabeça enquanto Norah fica sem entender a brincadeira de Dutch que se diverte:
_ Estamos nos conhecendo, eu e ela. - Dutch passa o braço no pescoço de Norah fingindo serem íntimas. Norah sorri retirando a mão de Dutch de seu ombro.

_ Bom pra vocês.  - Ele ri.

_Não estamos juntas. - Norah fala ficando confusa com Dutch. Em seguida há um silêncio quase constrangedor que é quebrado por ela:_ Falta muito para chegarmos?

_ Não!  Já estamos quase lá, não se preocupem.

_ Não estamos preocupadas. - Dutch faz uma expressão de durona.



A porta da van abre. Dutch se levanta, mas sente uma forte tonteira.

_ O que houve? - Norah tenta segurá-la.

_ Eu não sei. - Ela leva a mão na testa e se apoia no pescoço da amiga. _ Não estou me sentindo muito bem.

Ela escorrega pelos braços dela.




Norah tenta com dificuldade carregar Dutch .  Ela segue os rapazes pelo corredor. Um deles fala, preocupado: _ O bom é que aqui é um hospital. Temos meio de verificar o que está acontecendo com sua amiga.

_ Mas tem alguém para cuidar dela aqui? - Norah indaga impaciente. .

_ Tem sim, o MT,  ele deve estar na enfermaria agora.



Chegando na enfermeira MT já começa a questionar:

_ O que houve? - olha para Norah.

_ Ela estava ótima. - Norah raciocina. _ Foi depois de tomar o chocolate que serviram para ela.

_ Está sugerindo que fomos nós? - Um deles pergunta com raiva.

MT interrompe todos:
_ Deixemos esse assunto para depois. Coloquem-na sobre a maca!

Norah deixa um dos rapazes carregarem Dutch enquanto segura a mão dela. Dutch é colocada sobre uma maca sem lençóis e um colchão tão velho e mofado que está caindo aos pedaços. Ela abre os olhos, tremendo.  

O médico puxa um medicamento com a seringa. Norah retira a própria blusa para cobri-la, e de repente  grita, tenta dar um soco para trás empurrando o médico longe, mas logo cai de joelhos. Injetaram o remédio nela. Dutch vê tudo isso e com as pernas bambas pula da maca e corre. Se esconde no primeiro lugar mais fechado que encontra. Um deles chuta Norah nas pernas para fazê-la cair de vez. Ela cai no chão batendo a cabeça e sangrando quase que instantaneamente. Se coloca de joelhos meio que inconsciente, e toca sua testa tentando ver o estrago que o ferimento lhe causou.

_ Dutch? _ um deles a chama. _ Em outra ocasião eu adoraria te perseguir, mas hoje estou sem paciência.  Se não aparecer quando eu começar a contar, mato sua amiga aqui. _ Um…- segura Norah pelos cabelos.

Dutch chora nervosa.

_ Dois… - Norah tenta se livrar, mas seu cabelo é puxado com ainda mais força.

_ Eu estou aqui. - ela aparece levantando as mãos.

Ele vai até ela e a acerta com força na testa. Dutch desmaia.



Dutch está despertando. O sangue pinga de sua boca e nariz. Ela acorda e sente suas mãos sendo puxadas para cima. Ela fica erguida, sem conseguir apoiar seus pés no chão. Ela tenta olhar ao seu redor, para ver alguém e consegue ver todos se aproximando. Um deles a segura pelo cabelo e a beija no rosto, enquanto outro tenta puxar-lhe a calça,  mas Dutch o acerta com um chute no rosto. Um grandão se aproxima e revida, fazendo-a ficar semi inconsciente. Ele mesmo puxa a calça dela deixando-a apenas de calcinha. Ele a beija,  enfiando a língua em sua boca e coloca uma das mãos dentro de sua calcinha, tocando-a. Dutch tenta se livrar, mas ele retira um canivete e faz um corte profundo em sua barriga. Ela grita. E é quando alguns deles surgem puxando Norah sentada, amarrada numa cadeira, e amordaçada.

_ Agora estamos falando a mesma língua... Dutch?

_ Não a machuquem, seus desgraçados! - Dutch os ameça. _ Vocês são tão burros… vocês não tem ideia.

Ela leva outro soco, se recompõe e continua:
_ Ela é a única médica que pode encontrar uma cura para todo esse caos.

Eles começam a rir. Um deles fala, seriamente:
_ Não seja imbecil! - ele dá um leve tapa no rosto dela. Ela se desvencilha demonstrando bastante raiva. _ Sempre existirão pessoas que se beneficiam como caos..., sofrimento e principalmente com o medo. Neste novo mundo, essas pessoas somos nós!  Não temos interesse algum em “sua amiguinha Norah” descobrir a cura para as nossas soluções.

_ Só não a machuquem, por favor! - Ela implora.

_ Só vai depender de você.  

Ele se aproxima acariciando-a no rosto. Em seguida a soca na barriga. Dutch grita.




Um último homem acaba de sair de cima de Dutch e ela puxa sua calça jeans. Mesmo com as mãos amarradas nas costas, ela consegue se vestir. Sua camisa continua rasgada na frente. Ela se coloca sentada chorando, olhando para Norah que tambén chora.

MT se senta ao lado de Dutch, e a acaricia no rosto:
_ Sinta-se lisonjeada, pois... tivemos uma ideia... - ele pega o cigarro e puxa um pouco na ponta e arranca o filtro. _ Meus parceiros e eu... iríamos até a rua encontrar a garota ideal. E ela seria nossa diversão até cansarmos dela.

Ele se levanta, Dutch observa com medo. Faz força com as mãos tentando se soltar.
_ Mas adivinha? - Ele se coloca de pé para intimidá-la. _ Não nos cansamos de você. - Ele se vira para seus parceiros. _ Pete, você se cansou da Dutch Velders?

_ Dutch Velders. - Pete repete o nome dela e em seguida ri. _ Ainda não, cara.

Dutch olha para Norah como se a deixasse preparada para algum plano de fuga.

_ Como sabe meu nome todo?

_ Um homem nos pagou para encontrá-la. Ele disse que poderíamos fazer o que quiséssemos com você. Nem sei se fazia questão de que ficasse viva.

_ Que homem? - Ela pergunta aflita.

_ Um alemão.  Heinnorm, Lechhorm… Sei lá.

_ Heinchorst? - Ela pergunta quase chorando.

_ Isso mesmo. Você o conhece?  O que fez com o homem? - Ele se agacha perto dela tapando a luz no rosto dela. _ Não conseguiu fazer o dele subir?

Ele gargalha e seus parceiros gargalham junto.

Dutch ignora e volta a implorar:
_ Você precisa me deixar sair daqui. Ele vai matar todos nós.

_ Conta outra, loira.  Temos um acordo com ele. Ele vai nos pagar muito dinheiro.

_ Por favor, eu estou falando a verdade. Ele é um deles.

_ Já matamos milhares deles. Não temos medo.

_ Me solta! - Ela grita pedindo ajuda. _ Socorro! Alguém me ajuda! .

Ele se aproxima dela e a soca no rosto novamente.

Dutch cospe sangue e grita desesperada, com muito ódio:
_ Eu espero que ele te mate. Eu espero que ele acabe com você!

Um deles pega uma arma e atira em Dutch.  O sangue escorre de sua barriga rapidamente. Norah, amordaçada, grita em desespero.

_ O que você fez seu idiota? Você matou ela, Zoe? Agora aquele nazista…

_ Cala a boca! - Zoe balança a arma para todos os lados, aflito.

_ Eu vou embora daqui. - Um deles fala tremendo de medo. _ Esse imbecil assinou a sentença de morte dele!

_ Calem a boca, os dois. Tive uma ideia.  - Zoe bate o revólver na cabeça.




Heinchorst entra pela porta, os homens entregam Norah no lugar de Dutch. Ele puxa o saco preto na cabeça da refém e ao ver que é Norah, ele sorri, porém questiona o “líder” entre eles:
_ Onde está a moça que eu pedi.

_ Ela é selvagem… Eu juro que foi defesa própria. .

Heinchorst faz uma expressão de raiva,  em seguida gargalha:

_ Não poderia ter sido melhor.  Como ela morreu?

_ Levou um tiro. Sangrou até a morte. -  fala nervosamente.

_ Vou ficar com ela. - Segurou Norah pelos braços, e foi levando-a como se ela fosse uma criança. Norah pensou em reagir, mas não conseguiu, teve medo até de respirar perto dele..



No quarto branco, Norah se balançava desesperada. Não tinha esperança alguma de fugir, tinha uma corrente no pescoço, e uma mordaça de ferro enfiada em sua boca. Tentou retirá-la, mas estava tão apertada que obrigava sua boca a ficar aberta o tempo todo. Seu maxilar doía. Olhou para seu corpo que estava todo sujo de sangue. Temeu que estivesse muito machucada para estar sangrando daquela forma, mas logo reparou que o sangue não era seu. Ficou extremamente nervosa tentando limpar o líquido viscoso de seu corpo, mas era impossível. O cheiro a nauseava, porém não havia nada que pudesse fazer, pois quanto mais limpava, mais suja ficava.  
Einchorst entrou assustando-a, mostrando que dessa vez não seria nada piedoso. Aproximou-se de Norah e a ergueu puxando a corrente em seu pescoço.  Ela estava só de calcinha e sutiã. Ele a empurrou contra contra a parede e desferiu o primeiro soco no rosto da jovem com bastante força. O sangue espirrou pelas paredes brancas do quarto. Norah caiu gemendo tentando falar, mas a mordaça de ferro enfiada não a deixava falar.
Heinchorst segurou Norah novamente pela corrente e com um gesto quase impossível,  virou o braço dela, mantendo-a deitada no chão,  e pisou com toda a força que pôde. O crack seguiu de um grito agonizante, e Norah se desesperou, enquanto aos prantos tentava abafar a dor. Ela segurou o braço, chorando tanto que as lágrimas pareciam a cegar. Heinchorst começou a beijá-la causando um ímpeto de vômito quase impossível de controlar; e logo segurou sua língua e mordeu. Norah começou a engasgar com o próprio sangue. Ele largou Norah sobre o chão, que para evitar sufocar, começou a tossir, cuspindo muito do líquido espesso e vermelho que enchia sua boca. Ela se afastou com medo ficando sentada, se pressionando contra a parede. Os olhos estavam extremamente arregalados. Seu medo já a paralisava por completo. Continuava a cuspir sangue enquanto chorava em desespero. Heinchorst riu e se aproximou dela novamente. Acertou mais um soco nela causando um corte bem profundo na maçã do rosto. Norah caiu no chão semi inconsciente. Heinchorst, se enfiou entre as pernas dela e acariciou nas coxas demonstrando muita excitação.  Norah gritava machucando a boca com a mordaça. O sangue escorria. Revirando os olhos, Heinchorst,  puxou a calcinha dela, que agora se obrigara a despertar por completo, só que não conseguia mais lutar. Heinchorst tirou sua língua Strigoi para fora:
_ Eu te avisei que você seria minha melhor refeição.  
Norah gritou aterrorizada enquanto ele se aproximava.



Dutch acordou mais uma vez, estava meio inconsciente, demorou a perceber que um homem a violentava. Não soube como reagir,  apenas chorou ao ver o que estava acontecendo.  Lembrou do tiro que levara e pressionou o buraco em sua barriga.  O homem sobre ela a encarava sem reação,  parecendo um morto vivo. Ele mantinha os olhos fechados concentrando-se em chegar ao êxtase. Ela teve medo de se mover e sem querer incentivar alguma reação violenta dele.  Virou o rosto para tentar suportar a dor. Ele terminou, e quando ela tentou se vestir, um outro a empurrou com raiva no chão, impedindo-a.  E esse a manejou da forma que a queria, e com total descaso; em seguida também começou a violentá-la. Dutch se desesperou chorando e implorando mais uma vez:
_ Não por favor!
Norah acordou sobre o chão, desesperava chorava:
_ Eu fui contaminada? Eu fui contaminada? - Tentava falar com a mordaça na boca, enquanto chorava muito.
Com dificuldade ela se colocou de pé,  e viu que uma quantidade considerável de sangue escorria por dentro de suas pernas. Ele a havia violentado, e provavelmente a contaminado, e toda vez que pensava nisso queria morrer. Einchorst entrou no quarto novamente. Como se tentasse não ser notada, Norah se afastou lentamente.  
_ Aí... - Heinchorst suspirou. _ Nunca pensei que tivesse perdido esse desejo. Nem que isso, tirou a língua um pouco para fora. _ Substituiria tão bem o meu sexo.
Norah faz uma expressão de nojo tentando não transparecer. Heinchrost olhou para as pernas de Norah, nas cochas tinha bastante sangue escorrido, ele riu, e ela as fechou sentindo-se ainda mais humilhada. Ele prosseguiu com sua tortura mental:
_ Sinto pelo sangramento. Eu me empolguei... As próximas serão mais carinhosas..
Norah chorou feitou criança: desesperada, horrorizada com que acabara de lhe acontecer. Ele prosseguia rindo:
_ Oh... me desculpe se eu te fiz pensar que seria só uma noite. Serão muitas noites ao meu lado.
Ele sai gargalhando. Norah grita chorando em desespero.

Dutch acordou com os braços suspensos presos em uma corrente, porém ela estava sentada. Minutos depois sentiu seus braços serem puxados para cima e foi colocada quase de pé, porém por algum motivo não conseguia se apoiar em suas pernas. Aquilo fazia com que seus ombros quase destroncassem. A dor era intensa. Ela tentou se segurar para não desmaiar. Reparou que estava apenas com suas calças jeans e sutiã.  Haviam rasgado sua camisa e tirado seus sapatos. Tentou se manter de pé, mas novamente provou ser uma tarefa impossível.  Notou que escorregava em algo. Descontrolou - se quando viu que se tratava de seu sangue. Uma quantia considerável. Chorou. Tentou enxergar para ver onde estava ferida, mas não conseguia. Provavelmente o tiro que levara estava sangrando mais ainda. Ouviu o barulho da pesada porta de ferro se abrindo. Um homem com uma barra de metal nas mãos se aproximou,  enquanto batia a barra levemente na palma da mão criando um ritmo irritante.  
Dutch se movia, planejando uma forma de se defender, mas não conseguiu. A primeira pancada veio do lado lhe acertando o quadril direito. Pelo barulho e pela intensidade da dor, sentiu que algo havia sido quebrado.  Dutch gritou desesperada. A segunda pancada foi na costela e deixou uma grande marca roxa no local. Dutch começou a suar frio e o grito de dor saiu quase que por si só. Bem animado, o homem começou a acertá-la nos braços,  nas pernas, nas costas, tudo ao som do grito agonizante dela que se dissipava aos poucos, pois sua vista já estava turva e sentia que iria desmaiar. Nas últimas pancadas, Dutch já não tinha forças nem para gritar. O homem se aproximou dela e segurou-a pelos cabelos que também  estavam sujos de sangue e lhe beijou enfiando a língua bem fundo em sua boca. Dutch, sem pensar, deu - lhe uma cabeçada quebrando o nariz dele. O homem entrou em desespero e com ódio, devolveu a cabeçada.  Um outro homem entrou pela porta e Dutch sentiu - se  completamente à mercê daqueles monstros. O homem que acabara de entrar preparou uma injeção e com total descaso virou a cabeça dela para um lado e injetou um sedativo em sua jugular, como quem injeta algo num animal em um batedouro. Na verdade Dutch estava se sentindo exatamente assim: num batedouro. A sensação de fraqueza, não podendo apoiar nas pernas retornou.
Dutch observou o homem enquanto ele a rodeava na intenção de intimidá-la. Ela tremia quase que implorando com os olhos para que ele parasse, mas ele ria.
_ Onde está a moça que estava comigo? - Dutch perguntou preocupada com Nora.
_ Ela não está mais aqui. - Ele riu e Dutch não acreditou. Ele prosseguiu. _ Só ficamos com o que não vale nada para nos divertir e depois jogarmos fora. Mas se alguém quisesse lhe comprar, teríamos te vendido também. Viu como você vale nada?
_ Quem? Para quem a vendeu? - ela estava sem fôlego. Suportava uma dor que nem ela sabia como.
_ Um loiro esquisitão, já disse.  O nome era esquisito, você o conhece. - gargalhou.
_ Einchorst?
_ Isso!
_ Seu desgraçado!  - ela gritou.  _ Ele vai matá-la.  Ele é um Strigoi.
_ Que se dane! Acha que me importo? - Ele grita bem alto.



Nora acordou no quarto escuro. O cheiro de álcool e couro do local lhe dava náuseas mais uma vez. Ela se mexeu escutando as correntes e sentindo que estavam presas aos seus tornozelos e pulsos. Como o quarto parecia um breu, já não sabia se permanecia no quarto branco. E não conseguia verificar seus ferimentos, que agora mais do que nunca lhe causavam uma dor intensa. A luz piscou rapidamente e em seguida permaneceu acesa. A intensidade irritou seus olhos. Havia muito sangue no chão, e nas paredes preparadas para abafar qualquer som. A porta se abriu e Einchorst entrou no quarto. Nora começou a gritar. Einchorst riu, se divertindo:
_ Norah! Norah! Norah! - Ele caminhou perto dela.
Norah chorava não querendo nem encará-lo de tanto medo.
_Já tive mulheres nesse quarto, mas você é a primeira que se mostra tão fraca… tão covarde.
Nora tenta falar, mas não consegue, ele desamarra lentamente a mordaça dela:
_ Você me contaminou?
Ele riu:
_ Ah… como eu queria! Mas não foi tão fácil como imaginei. Me parece que essa… - fez um gesto que julgou engraçado. _ … brincadeirinha nossa não contamina vocês.
E é por isso que vou me divertir muito com você.  
Einchorst pega em sua cintura um chicote. Em sua primeira chibatada, o chicote acerta a perna de Norah abrindo uma ferida bem grande. Sentindo muita dor,  ela grita segurando a perna em desespero. Sem pena,  Einchorst a acerta novamente abrindo uma segunda ferida, só que agora no braço.  Norah pressiona tentando conter o sangramento. Seu choro não o comove. Heinchrost segue acertando-a,  enquanto faz movimentos com sua outra mão como se regesse uma orquestra.



A corrente de Dutch é afrouxada e ela cai no chão,  apenas com as mãos presas. Dois homens a carregam pelas axilas e a jogam sobre o colchão.  Dutch tenta se erguer, mas é empurrada facilmente de volta. Numa outra tentativa, um deles levanta o joelho e a acerta com força no rosto. Dutch cai para o lado meio inconsciente,  e os dois se juntam perto dela para manipulá-la.  Um deles, puxa a calça jeans deixando-a apenas de calcinha e sutiã e o outro pega pega a mão dela e coloca dentro de sua calça. Dutch tenta retirar e ele torce o pulso dela, causando-lhe uma dor intensa. Mas nem gritar mais ela consegue, apenas geme de dor. Um gemido tão fraco que mal consegue ser ouvida. Ele volta a coloca a mão dela dentro de sua calça tocando-lhe o membro. Dessa vez Dutch não retira, com medo de ser machucada novamente. Ela apenas vira o rosto, desistindo. O outro se coloca no meio das pernas dela e mesmo ela com calcinha ele enfia seu membro nela com força. Dutch chora desesperada. Olha para cima quase que implorando a Deus que a ajude, caso contrário irá morrer. Fet entra pela porta quase que no mesmo instante atirando para todos os lados. Dutch se veste com certa dificuldade, mas mesmo quase sendo uma tarefa impossível, consegue se colocar de pé. Fet tenta ajudá-la  a caminhar, mas ela o afasta quase que lhe dando um safanão.
_ Eu posso andar sozinha.
Fet a olhava com muita pena. Tinha visto o que haviam feito com ela. Seu rosto estava todo inchado, tinha machucados para todos os lados, seu braço estava quebrado, sangrava muito de todos os lados. E principalmente entre suas pernas escorria bastante sangue.
_ Esses filhos da puta! - Fet quase grita de raiva.
_ O que foi? - Dutch fica sem paciência.
_ Eu queria ter torturado cada um deles.
_ Fet pára! - Dutch implora. _ Não quero que sinta pena de mim. Isso não tem nada a ver com você!
_ Não estou sentindo pena de você, estou sentindo ódio deles! - Ele olhava com desprezo para os corpos jogados no chão.
_ Vamos embora daqui! - Ela pediu andando devagar devido a dor que sentia.
_ Quer ajuda? - Fet perguntou e antes de ver a reação de Dutch se arrependeu.
_ Não! Não! Não! - Ela grita em desespero.
Fet a olha com pena. Ela o ameaça com bastante raiva:
_ Não me olhe assim!
_ Não  estou… - ele diz com a voz calma.
_ Não me olha assim, seu desgraçado! - Dutch o soca na cara. Ele a deixa. Ela prossegue socando-o, e socando-o, e socando-o. _ Eu te odeio! Eu te odeio!
Fet a abraça, chorando assim como ela. Ela escorrega nos braços deles chorando tanto que sente que não tem mais forças. Grita para gastar sua última força num grito de desabafo. Em seguida se deixa escorregar pelos braços de Fet que a carrega para fora daquele local.


Norah está caída sobre o piso do quarto branco, deitada sobre uma poça de seu próprio sangue. Ela tenta se levantar, mas escorrega no caldo sobre o chão, se manchando quase toda de vermelho. Heinchrost entra no quarto branco, mais uma vez de forma silenciosa. A rodea curioso. Depois de um longo tempo sendo observada, Norah começa a perder o controle. Vira-se de costas para ele, e começa a escrever com o próprio sangue no chão. “Sou Norah. Eu morri aqui.”. Heinchrost ri:
_ Sabe o que eu descobri?
Ele se senta na frente dela e cruza as pernas, demonstrando que ficará mais tempo com ela. Ele prossegue:
_ Era para você ter se infectada…. quando eu entrei com minha língua em você.
Norah está trêmula. O medo não a deixa encará-lo ainda que tente. Ele continua:
_ E fico me perguntando… - riu. _ Doutora Norah. Seria você imune? Ou você já encontrou algo que você testou em si mesma?
Norah balança a cabeça numa negativa. Ele pede calma com a mão enquanto permanece explicando:
_ Calma, calma! - Ri. _ Na verdade cheguei a conclusão que tanto faz qual seja a resposta. No final você é a chave para acabar com tudo isso. - Ficou pensativo por um tempo. _ Acabar com pessoas como eu. Você acharia isso justo?
_ Pode me matar, seu desgraçado! A vacina ainda existirá! - Ela riu. _ A fórmula da vacina foi enviada para mais de mil cientistas ao redor do mundo. E você nem sabe quem são. - Ela finge gargalhar. _ Seu idiota, você perdeu! Você perdeu! - Ela berrou..
Heinchrost fica com raiva e sai. Norah começa a se empurrar contra a parede tentando se soltar, em desespero.


Fet dirigia a van voltando para o abrigo. Dutch acordou e se colocou de pé:
_ Precisamos voltar. - Com dificuldades, ela se sentou na parte da frente.
_ Precisamos é te levar para uma porra de hospital.
_ A porra do hospital pode esperar, Fet! - Ela fala enrolando seu braço. _ Norah foi pega por Heinchrost. - ela levantou a própria blusa visualizando o buraco do tiro que levara._  Ela está com ele agora. Naquele maldito quarto branco! - Ela pega a garrafa de bebida de Fet e atira sobre seu machucado. Ela grita de dor. _ Sabe se lá o que aquele desgraçado está fazendo com ela. - Ela pega uma fita adesiva dentro do porta luvas e começa a tirar os pedaços. _ Precisamos salvá-la. - Ela cola os pedaços em seu machucado para estancar o sangramento.
Fet vira o carro na hora, cantando pneu.

Heinchrost entra novamente no quarto.
_ Decidi que vou fazer alguns testes com você. - ele carregava uma seringa na mão.
_ Não vai injetar nada em mim, seu mostro horroroso! - Norah falava com nojo. Estava decidida a sobreviver. _ Afaste-se de mim! Me larga! Me solta!
Ele a segurou pelo pescoço tirando-lhe o ar. Norah desmaiou. Heinchrost injetou alguma coisa nela, e quase que na mesma hora ouviu uma explosão. Ele sorriu, e foi até uma saída de emergência. Sabia que se tratava de Fet e preferia não enfrentá-lo naquela situação. Sumiu deixando Norah desmaiada no chão. Fet passou o braço de Norah por trás de pescoço e a ergueu carregando-a no colo com facilidade. Em seguida tirou-a de lá.


Fet colocou Norah na parte de trás da van. E Dutch foi verificá-la. Dutch reparou que Norah parara de respirar.
_ Ela não está respirando. - Falou desesperada.
Dutch começou a aplicar todas as técnicas de ressuscitação. Contava até 3. E soprava dentro da boca de Norah. Em seguida pressionava seu peito fazendo uma massagem cardíaca intensa. Ficou fazendo isso por uns 5 minutos enquanto Fet os tirava dali. Norah acordou. E Dutch sentou-se ao seu lado aliviada. Norah se pôs sentada e ao ver que estava salva, começou a chorar. Dutch a abraçou com força, tentando consolá-la. Norah a abraçou também.
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