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GATILHOS:
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A sala escura, com azulejos quebrados e uma luz fraca, estava imersa em sombras quando Cezzar, o sádico senhor de Hira, convocou-a. Ela avançava lentamente com muito medo, cambaleante, e seus passos já chamavam a atenção antes mesmo de tropeçar e cair ao chão quase em frente a ele.
__ Sua mula! Olha pra onde anda! - esbravejou o vil homem, com sua voz ecoando pela sala, criando uma atmosfera ainda mais sufocante.
__Desculpa! Desculpa! - Implorou Hira, com medo transparecendo em seus olhos. Seu tornozelo estava muito inchado por conta das correntes e por isso não conseguia se manter em pé e nem andar direito.
__ “Desculpa, mestre!” - Ele gritou alto ordenando.
__ Desculpa, mestre! - A jovem se corrigiu rápido tremendo, falava tão baixinho que sua voz mal saia.
Cezzar, insensível à fragilidade da jovem, decretou com frieza:
__ Vou te passar uma tarefa muito simples. Quem sabe se você não fizer direitinho, eu não libero sua comida hoje. - sorriu olhando-a de baixo para cima. As roupas esfarrapadas e muitas sujas de barro e de sangue completavam sua aparência frágil. Ela estava imunda com os cabelos ensebados, a pele com crostas e sujeira agarrada. Ao redor dos seus olhos tinha uma auréola vermelha com feridas e também olheiras profundas. Em seu corpo tinha feridas e hematomas de todos os jeitos. Hira mantinha com muita dificuldade os olhos abertos, pois seu cansaço e fraqueza eram evidentes. Ela nem reparou que estava sendo analisada por Cezzar com uma expressão de desprezo e nojo. Controlava com dificuldade suas lágrimas, ansiando pela perspectiva de uma refeição naquele dia.
__Sim, mestre! - murmurou ela. Evitava cruzar seu olhar com o dele, tentando manter-se firme diante do temível senhor.
__Será que você, com esses miolos moles, consegue realizar uma simples tarefa?
Cezzar provocou, desferindo um tapa violento na cabeça da jovem. O som ecoou, e a dor pulsante fez com que lágrimas involuntárias escorressem de seus olhos.
__Sim, consigo, mestre! - afirmou ela, resistindo bravamente à crueldade imposta.
__ Tem uma médica que está atrapalhando os meus negócios. Pois eu furo um de faca, e ela vem e arruma ele. Ela tá dando abrigo pra todo merda que eu quero me livrar, e até já contatou a polícia em alguns dos casos. Eu não tenho medo dela, e a polícia, você sabe, está do meu lado, no esquema, mas detesto perder meu precioso tempo tendo que matar um indivíduo duas vezes, ou até três! Ter que ameaçar a família dele, essas coisas. Quero que mande o seguinte recado para ela: 'Sua vaca imunda, se você continuar atrapalhando meus negócios, o próximo rasgo será na sua barriga.' - decretou Cezzar falando bem pausadamente, com um olhar de psicopata.
Hira escutava tudo paralisada e com muito medo, as lágrimas agora escorriam fartas pelos seus olhos, sua boca tremia. Ela revivia o trauma da faca que Cezzar cravou em sua barriga, e naquele momento além de medo, sentiu compaixão pela médica desconhecida.
__Eu…eu não... - A jovem balbuciou tentando articular uma frase, mas foi brutalmente interrompida por um golpe em seu rosto que a fez tombar no chão, batendo o braço com muita força. Nem reclamava mais da brutalidade diária. Cezzar a ergueu sem dificuldade, ignorando a dor que infligira.
__”Eu não...' O que, seu animal imundo?" - Debochou o vil homem com um sorriso cruel adornando seu rosto. Hira, impotente diante da brutalidade, confessou com medo:
___ Eu não…não tenho coragem de falar essas coisas para ela, mestre. - balançava a cabeça tremendo.
__Você que sabe. Mandarei o Jiluv. Nós sabemos que ele vai fazê-la entender direitinho o meu recado. Não é mesmo? - ameaçou Cezzar, intensificando o temor de Hira, que já experimentara a crueldade de Jiluv em diversas ocasiões. Ele já a havia espancado várias vezes sem piedade. Mesmo sem conhecer a médica, Hira não desejava que ela enfrentasse a violência cotidiana que a açoitava.
___Pode deixar, eu vou, mestre! Eu vou, - disse ela, aceitando a ordem com temor. Suava frio, sentindo dores fortes no estômago. E as lágrimas escorriam pelos seus olhos incessantemente, fazendo seus machucados arderem.
__ Ah, ótimo, cadelinha obediente! - zombou Cezzar, premiando-a com três tapas fracos no rosto. Hira, sem saber como reagir, encolheu-se em silêncio.
__ Dá um sorriso pra agradar seu dono, animalzinho! - Provocou ele, desfrutando da humilhação. Entre lágrimas, Hira forçou um sorriso, provocando-lhe uma dor emocional tão profunda quanto a física.
__Agora vai. Ela tá na cidade. Pergunte pela doutora no mercado do Jani. Vai! - Ordenou Cezzar, incitando Hira a sair apressadamente, enquanto a fúria dele pairava no ar, deixando um rastro de terror na alma da jovem escrava.
Hira andava quase que arrastando para chegar até o consultório da médica Nihan. Seu corpo estava cheio de cortes e hematomas, marcas da violência que sofria diariamente. Ela esperava em pé, na frente do consultório da jovem médica, para ser atendida. Nihan abriu a porta e a viu encostada na parede, quase desmaiando e pediu para a jovem entrar. Ao entrar, Nihan notou imediatamente as marcas cruéis que cobriam todo o corpo e o rosto de Hira, mas cumprimentou-a com um sorriso simpático, uma tentativa de suavizar as dores visíveis. Foi duro notar também um ferimento no ombro dela, muito grande e exposto, que estava infeccionado e com bicheira.
__ Sente-se por favor. - Disse Nihan, buscando oferecer um mínimo de conforto.
__ Sou uma escrava. Não precisa cuidar de mim. Não sou uma paciente. - Respondeu Hira, com a voz trêmula, refletindo a resignação e o medo que a consumiam.
__ Ah, sim. Eu te entendo. Sei que muitos médicos locais não cuidam dos escravos. Mas eu não sou assim e não sou daqui. Posso cuidar de você, se você quiser. - seus olhos marejados revelavam sua empatia pela dor dela.
__ Não, obrigada! Meu mestre não deixaria, e ele tá bravo com você. - Hira falou com receio, as lembranças das punições passadas ecoavam em sua mente.
__ É? - Nihan pegou uma luva e colocou nas suas mãos. __ Posso? - perguntou, apontando para o ferimento no ombro de Hira.
__ Não. Pois ele não quer que você cuide de mim. - Hira falou com medo, sua voz denunciava sua vulnerabilidade.
__ Mas você pode não contar pra ele. - tentou transmitir confiança, mas Hira, ciente das consequências, permaneceu hesitante.
__ Não, eu não posso mentir para meu mestre e ele vai ver que você cuidou de mim. Não quero que faça isso. - Falou sem conseguir olhar Nihan nos olhos.
Nihan começou a reparar na jovem. Suas olheiras eram gigantes. Sua palidez lhe dava uma aparência doente. Ela tinha cicatrizes, muitos machucados e marcas bem visíveis por todo o corpo.
A médica, agora diante da moça que demonstrava apenas medo, questionou:
__ Ele me mandou uma mensagem? É mesmo? Qual mensagem ele me mandou?
Hira, envergonhada e com lágrimas nos olhos, começou a perceber o peso da mensagem que carregava consigo. Não conseguiu abrir a boca.
Nihan, triste, mas sem medo, ofereceu apoio emocional à jovem:
__ Não se preocupe. Eu entendi a mensagem. Não tenho medo dele. - Falou triste. __ Deixa eu cuidar de você. Levanta a blusa, por favor. Ele…ele… abusa sexualmente de você? - falou em um tom bem calmo tentando incentivá-la a se abrir.
__ Não se preocupe comigo, por favor. Vai provocar ainda mais a ira dele se cuidar de mim. - A oferta de cuidado provocou uma reação emotiva em Hira, que, em meio a soluços, balançou a cabeça em negativa. Nihan, a segurou pelo braço olhando seus machucados, tentava reconfortá-la:
__ Você não está bem. Tem comido? Dormido?
__ Eu já não…já não como há …uns 10 dias.
__ 10 dias? - Nihan engoliu o choro, enquanto continuava a examiná-la cuidadosamente.
__ Sim. - Hira evitava o olhar de Nihan, apesar de se sentir segura com ela.
__ Quer comer alguma coisa aqui? Isso não tem como ele descobrir.
__ Ele acaba descobrindo. E eu não posso mentir pra meu mestre. Não é permitido! E também tem gente aqui que me entrega pra ele por centavos. E ele disse que se eu trouxesse esse recado para você, ia me deixar comer hoje. Então não precisa se preocupar comigo.
__ Coma aqui, por favor. Eles não tem palavra. Sabemos disso.
__ Tenho medo. - As lágrimas continuavam a escorrer dos seus olhos.
__ Vou pedir pra prepararem um chá bem forte e um pão com queijo. O que acha? - Hira engoliu seco. Seu estômago fez um barulho denunciando o tamanho da sua fome.
__ Sim. Pode ser. Obrigada! - Não conseguiu esconder como estava feliz em poder comer depois de tanto tempo.
Nihan saiu um pouco pela porta, solicitando a comida para a jovem e voltou quase imediatamente.
__ E esse ferimento no seu ombro? - Nihan perguntou com pena da escrava, que enxugava o tempo todo as lágrimas. Ela não respondia nada. __ Se não quiser falar, não tem problema.
__ Eu não quero.
__ Deixa eu ver? Eu não vou tratar se não quiser. Só quero ver!
Hira consentiu com a cabeça. Nihan viu o ferimento no ombro de Hira que pulsava pus e estava sanguinolento. Tinha bichos no ferimento.
__ Está horrível. Você deve estar tendo episódios de febre, não?
__ Não sei.
__ Você tem sentido frio, calafrios? Suado muito a noite?
__ Sim, mas sempre é assim.
__ Mas também, você não come, não dorme e está toda machucada!
__ Sou uma escrava. O meu mestre Cezzar é muito cruel. - Falou chorando.
__ As pessoas não podem ser escravas, você sabia disso?
__ Como assim? - perguntou confusa. __Podem sim. Eu sou escrava! - Falou sem entender bem do que Nihan estava falando. Mas até Nihan se calou. Hira estava mais certa do que ela. Podem, ela era uma escrava e era muito maltratada. Se calou, pensativa.
__ Porque ele é cruel com você?
__ Ele é cruel com todos. Mas as pessoas geralmente são cruéis comigo. Sou uma escrava. - Chorava.
__ Como se tornou escrava?
__ Não lembro direito. Mas alguém me vendeu quando eu era criança.
__ Entendo. Seus pais?
__ Não. Meus pais morreram num acidente de carro. Eram da Turquia. Eu também sou turca.
__ É mesmo? Você fala turco?. - Nihan começou a pegar no braço de Hira, tinha calcificado errado. Por certo quebraram seu braço e ela não recebeu cuidados médicos adequados.
__ Sim, falo! - deu um leve sorriso, enquanto observava a médica a examinando.
__ Você quebrou aqui?
__ Sim.
__ Colocaram gesso? Ou só uma tala? Porque calcificou muito errado. Veja! - Mostrou o colombo do osso pra fora.
__ Não. Eles não fizeram nada. Fiquei semanas sentindo muita dor. Sem cuidados médicos. Eu nunca tenho cuidado médico. Os médicos daqui não cuidam de escravos, e por isso ninguém cuida de mim.
__ É muita crueldade. - Nihan segurava para não chorar.
Naquele momento uma enfermeira chegou carregando um lanche para Hira, tinha pão, chá e bolo. A enfermeira olhou Hira com desprezo.
__ É pra ela? Você sabe que ela é escrava do Cezzar, né?
__ E? - Nihan condenava a atitude da colega.
__ Desde que você chegou estamos tendo problemas com ele, porque você cuida dos “desalentos” dele. Vai criar problemas com ele agora por conta desta escrava, Nihan?
__ Ela é um ser humano, Judit. - Falou bem decepcionada.
__ Não quero criar problemas pra você Doutora. - Hira falou realmente com muita humildade, abaixou os olhos envergonhada. Judit a olhava com muita raiva.
__ Melhor obedecer seu dono! Nihan tem o coração mole, vai criar problemas para ela e para gente aqui. - A enfermeira falou com raiva, indo levar o lanche da pobre moça embora. Nihan a chamou de volta:
__ Deixa o lanche dela ai, por favor. Ela não come há 10 dias. Você sabia? - Nihan fez uma expressão de choro. A enfermeira Judit não se comovia.
__ Deixarei. Mas não é certo! Ela é escrava e tem que obedecer as ordens do dono dela! - A enfermeira foi se retirando, mas antes virou-se para a jovem e falou com raiva: __ Allah nos ensinou a sermos resilientes e obedientes. Seja obediente ao seu dono.
__ Serei! Você tem razão, eu serei! - Hira falou com muito medo, consentindo com a cabeça várias vezes.
Assim que a enfermeira saiu, Hira tentou se levantar, mas Nihan a impediu:
__ Não vai. Coma, por favor. Não conseguirei nem dormir, se eu pensar que ele vai te deixar com fome mais dias.
__ Não se preocupe. Ele vai me deixar comer. Não quero te criar problemas. - Agora se sentia comovida com a bondade da médica.
__ Por favor, coma. - Nihan se segurava para não chorar.
__ Preciso ir. Obrigada. Você é uma pessoa muito boa. - Hira, a olhava agradecida com os olhos marejados, depois saiu sem dizer mais nada.
Assim que Hira saiu, Nihan não conseguiu controlar seu choro. Judit apareceu na sala:
__ Que bom que ela foi embora. Nossa, ela deixou uma sujeira horrível aqui e um cheiro…. - reclamou mesquinhamente. __Oh, e você fica esperta, por que essa escrava vai acabar criando problemas grandes para a gente. Escuta o que estou falando! Esses escravos não são pessoas confiáveis. Vem, vamos comer esse lanche, eu tô morrendo de fome. - Sorria feliz.
Nihan se levantou indo embora sem dizer nada, deixando Judit desconcertada.
Hira retorna, ao pisar no território controlado por Cezzar, é imediatamente atacada. O tirano desfere socos e chutes impiedosos na indefesa escrava.
___ Porque demorou tanto? Ela cuidou de você? Você não tinha minha permissão para isso! Aquela vaca cuidou dos seus ferimentos também? - Ele pegava nela, tentando ver se ela tinha sido tratada.
___ Não! Não cuidou! Por favor, mestre! Por favor! Eu juro, ela não cuidou! - gritava enquanto era espancada cruelmente.
Cezar acertava sua barriga, suas pernas. Ela se contorcia e era jogada pelo chão repetidamente como se fosse um objeto sem valor:
__ Ficou lá esse tempo todo porque, então sua imunda? Era só dar a maldita mensagem. Eu não aguento ser desobedecido. Você me deve obediência, seu monte de lixo. - Sem concessões, desferia murros no rosto e no corpo indefeso de Hira, que se contorcia de dor, desesperadamente tentando se proteger ao colocar sua mão e seu braço na frente.
__ Sem comida! Sem comida! Não vai comer até eu dizer que vai! - Ele continuava a chutá-la e a socá-la sem piedade.
__ Sim, mestre! Sim, mestre! - Hira falava repetidamente, buscando amenizar o ódio que ele sentia por ela. O choro da pobre moça era descontrolado.
Ele só cessou a sessão de espancamento cerca de 10 minutos depois, quando a jovem ficou inconsciente, largada no chão. Cezzar ordenou a dois de seus homens que a arrastassem para um canto, afastando-a do caminho e lá ela ficou até amanhecer. Às vezes de madrugada, acordava se contorcendo de dor e sentindo muito frio naquele chão gelado.
Hira foi acordada com um chute forte em sua perna. Começou a chorar feito criança, pois parecia que a brutalidade do homem de Cezzar, tinha quebrado seu osso.
__ Para de chorar! - O homem a segurou pelos cabelos sacudindo sua cabeça com raiva.
Hira tentava entender o que ela fazia de tão mal para ser castigada daquela forma. Já teve outros senhores, teve uns quase tão cruel como Cezzar, mas mesmo eles não batiam nela daquela forma, nem todos os dias. Cezzar sem dúvida era o pior dos seus donos. Pois ela apanhava sem motivo nas mãos dele. Os outros senhores sempre tinham um motivo para castigá-la, mesmo que não fosse certo.
__ Para de chorar e vai fazer nosso café da manhã. - O homem a jogou contra o chão. Hira caiu desajeitadamente. Sentia muita dor pelo corpo. Levantou com dificuldade e respondeu antes que o homem voltasse a castigá-la:
__ Eu vou fazer o café! Vou fazer agora, senhor! - sentia-se extremamente mal, mas não podia reclamar.
Hira tremia incontrolavelmente, os tremores não eram apenas pela fome que a corroía há 15 dias, mas também pelo temor ao se aproximar de Cezzar. O homem se divertia, rindo enquanto assistia TV na companhia de seus comparsas. Ela ousou interromper a diversão para fazer uma pergunta:
__ Mestre…posso …
__ Vamos desligar a TV porque a “princesa de merda” quer falar. -- O ódio emanava de Cezzar antes mesmo de Hira pronunciar qualquer palavra.
__ Desculpa eu não queria atrapalhar, mestre. Pode continuar. - Falava com muito medo, pois já sabia que tinha provocado a ira nele.
__ Não! Não! Agora que você fez a merda de nos interromper, pode falar! Fala! - Gritava, e Hira estremecia de medo, sabendo que a tempestade estava prestes a desabar sobre ela. Queria evitar, mas a violência parecia inevitável. Com certeza ia apanhar e muito.
__ O senhor me desculpa por Interromper sua hora de diversão assim. Eu queria saber se tem uma previsão para eu comer. Pois eu tenho desmaiado todos os dias…- As palavras dela foram interrompidas pelo riso compulsivo de Cezzar, uma risada cruel e desprovida de compaixão. Hira, sem compreender o motivo do riso, riu timidamente para agradá-lo.
__ Ela tem desmaiado todos os dias. Queria ver ela tombando igual uma mamão maduro. - Ele ria na companhia de seus comparsas, enquanto Hira permanecia em silêncio, aguardando o próximo tormento.
___ Você está com fome? Está querendo comer? - Pegou nos cabelos da jovem que se afastou com medo. __ Se quiser comer…você já sabe o que tem que fazer. Isso é, sem morder. Quem sabe se não começar a fazer esses servicinhos eu não paro de ter ódio de você por ter me mordido. - O olhar dele era demoníaco.
__ Não. Obrigada, mestre. Não quero! - Falou com medo, arrependendo-se instantaneamente de ter pedido para comer.
___Mas agora você vai apanhar tanto sua cadela, que vai urinar sangue.
Cezzar segurou Hira pelo ombro machucado e deferiu um soco no seu estômago fazendo-a se curvar de dor. Deu uma joelhada em seu rosto, estourando seu nariz num só golpe. O sangue jorrou, manchando sua roupa. Logo a moça estava de joelhos e dois homens covardes a seguravam pelos braços torcendo, enquanto Cezzar se divertia desferindo chutes em sua barriga e socos em seu rosto. O rosto de Hira estava totalmente ensanguentado e inchado. Tentava respirar, mas o sangue em suas narinas e boca dificultava. Cezzar debochava dela, provocando risadas em seus comparsas.
Hira começou a ter uma crise de pânico:
__ Eu tô morrendo! Eu tô morrendo! Me ajuda! - estendia o braço para Cezzar que sem pena a empurrava no chão com brutalidade:
___ Morre seu lixo humano. Morre! - Ele se deliciava com o desespero dela. Hira tentava se acalmar, mas perdia o controle quando o ar faltava aos seus pulmões. Super ventilava por conta da crise de pânico, e o sangue dificultava ainda mais sua respiração. Voltou a gritar desesperada:
___ Me ajuda! Eu tô morrendo..por favor me ajuda!
Cezzar deu um chute forte no estômago de Hira que perdeu o ar na hora caindo de joelhos e em seguida desmaiou.
5 dias depois …
Hira permanecia ajoelhada diante de Cezzar, já há duas longas horas, e a dor latejante em seus joelhos era quase insuportável. Apesar da expressão contorcida de agonia, ela tentava esconder sua dor, consciente de que qualquer choro ou gemido poderia incomodar seu senhor implacável.
__ Rata! - Cezzar gritou, fazendo Hira dar um sobressalto assustado.
__ Sim, mestre! - A escrava suava intensamente devido ao mal-estar provocado pela dor que a consumia.
__ Vá na médica de novo. Desta vez você vai dizer o seguinte. “Doutora, toda vez que você curar um homem que meu mestre tiver esfaqueado para morrer. Eu vou levar a facada no lugar dele.” - O rosto de Cezzar se iluminou com um sorriso cruel, enquanto Hira tremia e lágrimas escorriam por suas bochechas.
__ Mestre…mas… - Ela tentou articular alguma objeção, mas um tapa forte a atingiu em cheio no rosto, silenciando-a e fazendo-a cair no chão. Embora aliviada por sair daquela posição torturante, agora a dor em sua bochecha se somava à dos joelhos machucados. Sua vontade de gritar tornava-se quase inevitável.
__ Leve o recado e não demore por lá, como da última vez. Eu conheço o tipo desta vadia. Você com essa carinha de pobre coitada, com essa voz de morta de fome, ela não vai deixar de simpatizar com sua dor. Tenho certeza que agora vamos conseguir resolver esse problema. - Cezzar pronunciou suas palavras com um tom sádico, enquanto observava a aflição de Hira com um prazer doentio.
Ao chegar à sala de Nihan, a médica mal podia acreditar no estado lastimável da jovem escrava. Os cortes em seu rosto e corpo eram profundos e recentes, e um dos olhos estava tão inchado que quase se fechara completamente. Nihan sentiu uma onda de tristeza e indignação quando Hira lhe ofereceu um sorriso, apesar do sofrimento. Após fazê-la entrar, a médica acomodou a escrava em uma cadeira e perguntou, visivelmente preocupada:
__ Porque está tão machucada? O que aconteceu?
__ Não se preocupe. Já tô acostumada. Tem hora que nem sinto mais dor. - mentia para poupar Nihan do peso de seu sofrimento.
__ Por favor, me conte porque aquele monstro fez isso com você?
__ Não se preocupe mesmo. Não vale a pena você ficar angustiada por minha causa. Por favor! - Hira pedia sinceramente, sentindo que seu sofrimento não deveria ser motivo de preocupação para ninguém.
__ Hira, você é um ser humano. Não merece isso. Eu vou adiantar minha volta para Turquia. Esse monstro vai te matar se continuar te espancando assim.
__ Ele tá com ódio de você. Disse que…- ia passar o recado de Cezzar. Mas sentiu pena de colocar esse peso nas costas da médica.
__ Sim, Hira. Ele disse…?
__ Ele disse… - Hira hesitava, olhando nos olhos aflitos da médica. __ Pediu para parar de curar as pessoas que ele machuca ou tenta matar.
__ Esse homem é um monstro. Não vou me submeter às vontades hediondas dele. Eu sou uma médica, não faço distinção de pacientes. Até se esse monstro viesse até a mim, eu cuidaria dele.
Hira ficou encantada com a jovem médica, a melhor pessoa que conheceu em toda a sua vida.
__ Você está com fome?
__ Sim, muita! Eu…- Hira ia contar que não comia desde aquele dia, já faziam 20 dias, mas teve medo de deixar Nihan ainda mais angustiada.
__ Ele não te alimentou desde aquele dia! Desgraçado! - Nihan bateu a mão na mesa com ódio, perdendo o controle das emoções.
__ Sim, eu comi. Não fique aflita com isso. - Pediu chorando. Hira mentia e Nihan sabia.
__ Vou trazer algo para você comer. Por favor, desta vez espere.
__ Sim. Mas não posso demorar muito. - Falou nervosa.
Nihan voltou, tendo solicitado um lanche para Hira.
___Me deixa cuidar dos seus ferimentos. Esse no seu olho pode te deixar cega. Você sabia?! - se desesperava. ___ Olha esse do seu ombro. Está ainda pior do que da ultima vez!!
__ Eu tenho que ir. Eu lembrei que da última vez ele me bateu pois demorei. - perdeu o controle, lembrando.
__ Você precisa comer! - Nihan falou desesperadamente.
Hira apenas se levantou saindo tropeçando devido à sua fraqueza. Por onde passava a pobre escrava chamava atenção. Estava muito machucada, em farrapos e suja. Mas a maioria sabia que ela pertencia a Cezzar e não podiam mexer com ela, muito menos pra ajudar.
Hira chegou no local e Cezzar a ignorou. Ficava de cabeça baixa esperando as ordens de seu dono. Ele adorava tortura-la, machuca-la. Ela suava muito frio. E já estava num estado horrível de fome e desidratação.
___ A porca já voltou?
___ Sim, mestre! - respondeu com a voz tremida.
___ Não falei com você sua cadela!! - Foi até a moça assustada que já se desculpava:
___ Mestre Cezzar..desculpa. desculpa. - já chorava.
__ Porca nojenta! Parece uma carniça…cheira a carniça. - começou a rir muito da sua piada. Hira ria também para agradá-lo, mas tinha lágrimas nos olhos.
___ Aposto que adoraria tomar banho, comer, caminha quente. - Cezzar dizia isso a segurando pela cabeça e alisando seu pescoço. Hira estava imóvel com medo. __ Roupas limpas, roupas íntimas novas e bonitas.
Agora acariciava a jovem no rosto que chorava muito.
___ OH, ela não gosta de carinho. A jovem escravinha só gosta de pancada! - ria boçalmente fazendo os outros homens no local rirem. Cezzar foi sentar na sua mesa levando Hira pela mão que não resistia, estava com o rosto encharcado de tanto chorar.
Sentou e a sentou no seu colo. Hira queria sair mas tinha muito medo de resistir. Estava apavorada. Cezzar começou a acariciar a coxa dela e começou a caminhar suas mãos pro meio das pernas. Hira segurou sua mão pedindo com muito medo e humildade:
__ Mestre, por favor. Não faça isso.
Cezzar tentou puxar a mão, mas Hira segurava com muita força, mesmo em suas condições debilitantes.
Cezzar se enfureceu. Pegou a moça sem dificuldade e a atirou na parede. Hira sentiu seus ossos estalarem. Sabia que tinha quebrado a costela e o ombro. Do jeito que foi atirada assustou até os monstros ao redor de Cezzar. O mesmo não se deu por satisfeito, foi se aproximando da jovem que tentou se recompor com muita dor abaixando sua cabeça no chão e chorando pediu:
___ Desculpa..me perdoa..tenha piedade. Me desculpa!
Cezzar nem respondia. A levantou sem dificuldade agora a jogando contra a parede com ainda mais força, a jovem desmaiou e nem viu quando seu sádico senhor a espancou mais 15 minutos, mesmo desacordada de forma mais cruel.
Hira estava acorrentada pelos pés, pelas mãos quando acordou. Sentiu sua costela, sua coluna e seu braço doer muito. Com certeza estavam fraturados. Começou a chorar pois a dor era muita.
Sentia que talvez fosse sua hora de morrer. Viu Cezzar entrar no lugar onde estava e tentou se colocar de pé sem sucesso.
__ Vou fazer seu café, mestre - falou com medo, mas não conseguia se colocar de pé.
___ Vai fazer nada, puta. - Falava com ódio. __ Levem ela pra doutora Nihan. Fala que foi uma ordem minha cuidar desta merda.
Hira achou estranho Cezzar pedir pra cuidarem dela..Teve ainda mais medo:
__Não precisa cuidar de mim, mestre. Não quero ir. Não preciso de cuidados.
__ Vai sim. Eu estou mandando. - Se enfurecia.
__ Não precisa.
__ Sua vaca. Se estou mandando e você obedece sem questionar.
Hira tinha medo por ela e por Nihan , passou pela cabeça dela que cezzar queria usá-la pra chegar até Nihan e matá-la.
__ Eu tô bem, mestre. - mentia aos prantos.
___Estou te mandando justamente porque não quero perder minha propriedade mesmo sendo o lixo que você é. Você perdeu muito sangue, ainda está com hemorragia. Se ficar aqui vai morrer.
Hira olhou embaixo dela e realmente tinha muito sangue, temeu por sua vida.
Os homens tiraram as correntes dela e a carregaram a levando até Nihan.
Nihan não acreditou quando viu Hira, estremeceu seu corpo todo. Ela estava desacordada, sendo levada feito um animal abatido pelos homens de Cezzar, eles a jogaram no chão em frente a jovem médica e falaram:
__ Cezzar, mandou cuidar dela. É propriedade dele, não a deixe morrer! - falaram com raiva.
Nihan olhou para os dois com ódio, mas não ia perder tempo com eles. Fez um gesto com a cabeça para que alguns enfermeiros pegassem a jovem no chão. Os enfermeiros a pegaram sem dificuldade, a levando para dentro da sala. A colocaram sob a maca e sairam do local. Logo Judit veio ajudar, viu que era Hira e já começou os comentários maldosos:
__ Nossa! Você estaria fazendo um favor em deixá-la morrer.
__ Me ajuda Judit, não vamos discutir isso agora! - tinha raiva da colega.
__ Tá. Mas veja o estado dela, imunda, toda machucada. Isso não é vida!
__ Com certeza não. Por isso mesmo ela merece uma vida melhor do que esse monstro esta impondo a ela. Me ajude, e vamos parar com isso.
Nihan viu que Hira respirava, mas que seus batimentos cardíacos estavam baixos. Viu que ela estava muito branca, e já estava em choque hipovolêmico.
__ Ela vai precisar de uma transfusão. Sou doadora universal. Vou doar para ela.
__ Tá. Se você quer assim.
__ Me ajude aqui. - Nihan arregaçou sua camisa e sentou numa cadeira perto de Hira. Judith pegou os aparatos para fazer a transfusão. Fez o acesso em Hira e o acesso em Nihan, deixando o sangue de Nihan correr para Hira. Depois de uns minutos Hira já estava mais corada, e já gemia baixinho recobrando a consciência. Permaneceram por 1 hora naquela posição, até terminar. Nihan levantou para cuidar de Hira, mas sentiu uma tonteira. Judit pediu:
__ Fique uns minutos sentada, por favor. Ela não está correndo mais risco de vida.
__ Precisa olhar o braço dela, a costela. Veja. Ela está com fratura exposta. Precisa ser tratada.
__ Fique sentada. Vou limpar os locais dos ferimentos, enquanto isso você descansa.
Judit limpava Hira nos locais dos ferimentos. Até ela começou a sentir pena da jovem. Seu corpo era tão marcado, tão cheio de cortes e hematomas. Nunca viu ninguém tão machucado em sua vida. Com certeza ela era torturada todos os dias, submetida a muita dor e sofrimento. Judit começou a chorar.
__ Está vendo porque quero ajudá-la?
__ Tem razão. Pobre menina. Quanta maldade! - sentou-se chorando muito. Não conseguia mais se controlar.
__ Fica calma. Vamos conseguir ajudá-la.
__ Ela é escrava do monstro. Podemos fazer qualquer coisa que ela vai voltar para o inferno.
__ Não. Vou tentar comprá-la nas mãos dele. Eu tenho muito dinheiro como você já sabe.
__ Sim, Nihan. Tente. Por favor.
Hira acordou na cama estava com o braço enfaixado, tinham limpado ela toda, e Nihan tinha cuidado de cada ferimento em seu corpo. Sentia-se muito mal. Falou com a voz bem baixinha:
__ Dra. Nihan. - Nihan foi prontamente ao seu encontro.
__ Ah, você acordou! Que bom! Está bem?
__ Não. Estou sentindo muito mal.
__ Você tomou muito remédio. Eles têm efeitos colaterais fortes, mas você precisava.
__ Estou com ânsia de vômito. - Falou fazendo ânsia.
Nihan pegou uma vasilha e segurou a testa da jovem, que vomitava muito. Nihan a ajudava.
__ Pode ficar tranquila, menina. Tudo vai ficar bem.
Hira chorava muito enquanto vomitava. Quando terminou continuou aos prantos. Deitou-se na cama sentindo-se um pouco melhor.
__Está melhor?
__ Sim. Obrigada! - Tentava se acalmar, mas soluçava de tanto chorar.
__ Sei que agora não. Mas quando quiser comer alguma coisa me avisa.
__ Sim. - Hira deu um sorriso triste entre lágrimas.
Duas horas depois, Hira acordou de novo…Nihan estava do seu lado.
__ Hira, que bom que acordou. Pedi para prepararem uma sopa deliciosa para você com frango desfiado. Vai adorar! - Hira se colocou sentada. Estava morta de fome. Tremia só de imaginar comer aquele prato de sopa. Nihan colocou em sua frente, com rodelas de pão com manteiga. Hira começou a comer devorando e Nihan pediu:
__ Sei o quanto está com fome. Mais coma devagar, por favor. Pra não passar mal. Por favor! - Pedia.
Hira tentava, começou a comer mais devagar, mas mesmo assim devorava. Parecia ter medo de que algo a impedisse de continuar comendo. Parecia ter adivinhado, quando Cezzar invadiu o quarto. Hira ficou imóvel como se não acreditasse que ele estava ali, vendo ela comendo. Gelou.
__ Ah, minha escravinha já tá rebelde! Comendo sem a permissão do seu mestre. - ria, enquanto Hira não respondia, estava extremamente pálida.
__ Dra. Nihan, sou o Cezzar. Prazer! - Estendeu a mão para Nihan que o cumprimentou estendendo a mão também.
__ Prazer!
__ Você é linda! Se eu soubesse da sua beleza, não teria te ameaçado! - Riu muito provocando o riso de seus capangas. __ Vou levar minha escrava. Ela está fazendo muita falta na minha casa e já está me desobedecendo!
Hira foi se levantando da maca, se cobrindo com o lençol.
__ Cadê minhas roupas, Dra. Nihan?!
__ Hira, não saia ainda, por favor!
__ Oh, Dra. Nihan, não faz assim. Podemos nos dar bem, se a senhorita não ficar me desautorizando.
__ Não estou te desautorizando, quero te explicar a situação. Se essa moça for com você…
__Essa escrava…- falou corrigindo-a.
__Ela é uma moça, uma mulher…é sua escrava, mas é um ser humano.
__ Não vejo assim. Ser humano somos eu e você. Você é respeitada. Tem familia. Eu também. Ela é um nada, um ninguém, um pedaço de merda, e é coisa minha.
Nihan teve vontade de avançar e esmurrá-lo várias vezes, mas se controlou, dizendo:
__ Sr. Cezzar. De qualquer forma, se levá-la agora, você perderá sua…escrava, pois ela morrerá.
__ Nada. Dra. Nihan ela é forte. Ela aguenta cada coisa. Você não faz ideia. Acho que ela aguenta tanta coisa desde pequena que ficou mais forte que eu e você. Veja. - Cezzar aproximou de Hira que segurava o lençol em frente ao corpo. Ele deu um murro na barriga da jovem a acertando no estômago. Hira se debruçou pra frente, perdendo o ar, ficou com o rosto vermelho e se colocou de pé novamente, sentindo muito mal estar. __ Doeu, Hira? - Perguntou a encarando.
__ Não, mestre. Não doeu! - mentia com lágrimas nos olhos, balançando a cabeça, sentindo muita dor. Cezzar riu muito.
__ Tá vendo? Ela é feita de aço. Por isso faço o que faço com ela. Nada dói nesta escrava. Ela é como se fosse uma escrava de pau, de plástico, sei lá. Não é humana. - ria muito.
Nihan não ria e algumas lágrimas desciam de seus olhos.
__ Dr. Nihan, você está chorando? Porque?
__ Nada. Apenas queria lhe fazer uma proposta.
__ Pode falar, Dra. Linda.
__ Eu tenho muito dinheiro. Sou rica. Quanto você quer por ela?
__ Não quero nada. Eu tenho muito dinheiro também. Ainda tenho esperança que ela cederá e vou viver os momentos mais prazerosos da minha vida com meu brinquedo. - olhou para Hira ameaçador. Hira estava aos prantos.
__ Te dou 500.000 euros. É 5.000x o que uma escrava vale por aqui. Eu sei!
__ Nu. Hira! O que você fez para Doutora, pra ela está caidinha assim por você?
Nihan fez uma cara de nojo pra Cezzar.
__ Eu não…eu…- Hira não entendia a maldade de Cezzar. Respondeu confusa com medo.
__ Minha proposta é excelente, Cezzar. Não terá outra, e se ela continuar sendo tratada deste jeito, logo você nem terá mais escrava.
__ Eu já tenho tanto dinheiro Dra. Nihan, que posso comprar esse local, seu hospital, as casas. Porque acha que vou trocar uma coisa que adoro…torturar uma mulher indefesa. Adoro provocar dor na Hira. Adoro vê-la chorando, adoro vê-la de joelhos pedindo perdão…adoro vê-la machucada. Tem gente que paga fortuna neste país para fazer isso uma vez, e eu estou tendo esse prazer todos os dias. Eu não vou vendê-la. Eu seria capaz de comprar uma escrava tão bonita como ela por R$500.000 também, só pra provocar dor nela, vê-la sofrendo e chorando. Mas graças a Deus o dono dela, me vendeu ela por 5.000. Quando fiz uma cara feia, ele achou que eu tava querendo um desconto e me vendeu ela por 3.000. Então essa escrava…não vale nada. E ela veio até a mim muito machucada. O homem não parava de bater nela, quando estava vendendo ela. Eu não sou o único culpado por ela sofrer. - ria muito.
Hira pegou suas roupas e foi se vestir no banheiro. Estava chorando muito enquanto se trocava. As palavras de Cezzar a feriam muito. Agora sabia que aquele inferno que vivia, era por puro prazer de seu dono. Estava cansada de ser o objeto na mão de seus donos. Eles podiam fazer o que quisessem com ela. Era submetida constantemente a maltratos e infligiram dor. Saiu do banheiro andando com dificuldade e colocando a mão na barriga:
__ Obrigada, Dra. Nihan, por tudo.
__ Cezzar, por favor. - Nihan chorava muito.
__ Não. E você tem ideia do que vai acontecer com a pobre escravinha agora, quando chegarmos na minha casa?
Nihan continuava chorando muito, olhava para os olhos assustado de Hira, que ia saindo com Cezzar.
__ Vamos fazer um joguinho. Eu falo no seu ouvido, Hira, e você fala em voz alta para a Dr. Nihan. Pode ser?
__ Sim, mestre. - Hira falava agora chorando. Ela estava apavorada, seus olhos demonstraram isso.
Cezzar falou no seu ouvido algo que a deixou Hira com ainda mais medo:
__ Fala pra ela! - ele ordenou.
__ Ele vai me bater com uma corrente de ferro, durante 10 minutos. - Hira começou a chorar soluçando.
__ Não faz isso com ela, Cezzar. Por favor. Ela ainda está muito machucada. Não se recuperou da surra de antes.
Cezzar só ria. Nihan chorava muito. Ele falou no ouvido de Hira novamente, que começou a chorar caindo de joelhos.
__ Fala, Hira! - Cezzar gritou.
__ Ele e mais 5 homens deles vão me espancar durante 30 minutos. É um jogo que eles já fizeram. Eu não posso cair no chão, se cair, eles me chutam. E enquanto estou de pé, eles me socam.
Nihan escutava tudo horrorizada.
__ Acho que já foi o suficiente, né? Chegando lá Hira, pode tirar esses curativos, gessos, tudo, tá?
__ Ela precisa ficar com isso, Cezzar. Por favor! - Nihan pedia.
__ Não, não ficará. Vai tirar tudo. Pra quando levar chutes, socos e pontápés doer mais.
__ Vou tirar, mestre. Chegando lá eu tiro tudo. - Hira falou prontamente.
__ Obrigada, Dra. Nihan, você é muito boa no que faz. Salvou minha propriedade.
__ Obrigada. - Hira falou com o rosto todo molhado de tanto chorar, sorriu para Nihan, mesmo sabendo os horrores que ia passar agora. Foi acompanhando Cezzar, e sumiu pela porta.
Nihan caiu em prantos e se deixou cair no chão, chorando muito.