SEN ANLAT KARADENIZ _ Violência Doméstica (Novela TURCA) Nefes rejeita surpresa de Vedat

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SEN ANLAT KARADENIZ _ Violência Doméstica (Novela TURCA) Nefes rejeita surpresa de Vedat
Nefes tinha acabado de pôr Yigit para dormir, estava exausta, e seu emocional estava constantemente abalado desde que mudara para aquela casa, e isso já fazia oito longos anos. Andou devagar demonstrando um desânimo que já evidenciava em todo seu corpo durante todo o dia.
___Nefes! - Ouviu a voz de Vedat vindo de dentro do quarto. Ouvir a voz dele sempre era exasperante. Apesar de preferir quase sempre dormir com o seu filho, sabia que essa noite seria impossível escapar. Entraria lá, faria o que deveria fazer, e então voltaria para ficar com seu pequeno Yigit. Fez uma expressão de cansaço e se dirigiu para o quarto como quem se dirigia para um matadouro. Abriu a porta com extremo cuidado tentando não ser notada logo de cara. Seu desespero aumentou quando viu que no chão havia pétalas de rosas, e espalhado pelo quarto, luzes de vela. Tudo criando um ambiente “bem romântico para um casal vivendo um grande amor”. Se já não fosse humilhante o suficiente ser forçada por ele, Vedat ainda queria lhe pregar uma peça com um intuito de torturá-la ainda mais. Não era possível que aquele homem depois de tudo que a havia submetido, ainda pensava que ela se entregaria a ele, por vontade.
O lugar não deixava de estar bonito. Apesar do clima pesado, Nefes não deixou de pensar que essa seria a surpresa ideal para qualquer mulher, mas para ela era apenas o primeiro ato do suplício que era sujeitada quase toda noite. 
___ O que está acontecendo aqui? - perguntou friamente para um sorridente Vedat. Ele sempre mantinha aquele maldito sorriso no rosto, até quando a violentava. Agora ele estava bem à vontade, sentado naquela cama horrível que para Nefes era o cenário de várias atrocidades que havia sofrido. Ela engasgou e foi obrigada a engolir seco. Ele a observava, apaixonado, indiferente a falta de entusiasmo dela.
____ Você esqueceu de novo, hein? - Levantou se aproximando dela que deu uma leve recuada.
____ Eu esqueci o que? - Não tinha interesse nenhum na resposta, mas se sentiu quase forçada a perguntar. Agora seu corpo enrijeceu, Vedat se aproximou ainda mais, e com um jeito faceiro jogou sobre ela algumas pétalas de rosas. Nefes se assustou num sobressalto.
Vedat a puxou pelos braços, e a rodopiou num gesto dançante feito um cavalheiro encantador, em seguida abraçou-a por trás. 
___ O aniversário do dia em que nos conhecemos. - Falou animado. E Nefes apenas o olhou com um olhar que demonstrava além de medo, um imenso pesar.
Um pouco hesitante e evitando olhá-lo nos olhos, ela deixou claro, como sempre fazia, o quão indiferente ela era à ele:
___ O dia em que nos conhecemos não é um dia para se celebrar. - em seguida fez uma expressão de choro. Temia a reação dele, que apesar de estar morrendo de ódio, apenas a segurou com um pouco mais de força. Acariciou o rosto da trêmula esposa que ainda o observava pressentindo o pior.
____ Eu estou tentando virar a página aqui, fazer tudo dá certo. Porque você fica me rejeitando? - Acariciou as mãos dela, Nefes permanecia imóvel, mas sua respiração estava acelerada, descompassada. Vedat fez questão de perceber o grande hematoma na mão da esposa. Ele queria chamar atenção para algo que ele tinha feito, Nefes reparou que seu sorriso alargou naquela hora. Estava satisfeito por ter causado bastante sofrimento nela, mas fingiu acariciando o local:

___ O hematoma ainda está aqui? -  Ergueu a mão dela que não tinha reação, e deu um beijo prolongado em seu ferimento. Nefes sentiu um extremo incômodo com a adoração que ele demonstrava pela marca que havia causado em seu corpo, e tentou se afastar, puxando sua mão:
___ Vedat, eu preciso dormir. - Ele a segurou pelo braço, mantendo-a no mesmo lugar. Fez um sinal para que ela permanecesse quieta, e Nefes o obedeceu prontamente, depois de todos aqueles anos, havia aprendido que qualquer demonstração de rebeldia deveriam ser manifestados apenas em momentos extremos. Ele se afastou um pouco, se aproximou de uma pequena mesa, e pegou uma garrafa de champagne.
___ Ninguém dorme essa noite!  Estamos aqui para celebrar, benzinho! - Abriu o lacre, e o barulho da rolha escapando foi mais um motivo para um sobressalto de Nefes, seu corpo todo tremeu. Seu medo era tanto que na hora algumas lágrimas começaram a escorrer pelo seu rosto. Vedat ignorou a reação exacerbada de sua vítima como sempre fazia, e tratou de servir duas taças de champagne; foi se aproximando da esposa que se afastava com medo, cada hora com mais lágrimas nos olhos.
___ Um brinde porque você é minha! - Mostrou os dentes com um imenso sorriso de vitória. O mesmo maldito sorriso que exibia ao feri-la de alguma forma.
___ Eu não sou sua, Vedat! - Nefes falou altiva, estava extremamente nervosa. Falava coisas que sentia, mas que não queria expressar por um simples sentimento de orgulho. Mas algo crescia dentro dela.
___ Sim, você é minha! - Ele insistiu. O sorriso era ainda mais largo, mas já exibia certa irritação com o comportamento dela.
___ Eu não sou sua! Eu nunca fui sua! - Nefes balançava a cabeça com desespero. A voz embargada num choro de quem já previa o que iria lhe acontecer. Vedat atirou as taças no chão com ódio estilhaçando vidros para todos os lados, e esbravejou gritando no rosto de Nefes que se afastou timidamente, sentindo-se como um animalzinho acuado tentando sobreviver ao ataque de um leão.
___ Você é minha!  Você é minha mulher, a mãe do meu filho! 
Ela tremia, as lágrimas escorriam fartas, agora ela tinha certeza que ele teria a pior das reações. As palavras engasgaram em sua garganta. Queria ter tempo de pedir desculpas, desfazer tudo que havia dito, mas pelo que conhecia do marido e sua ira, nada que fizesse agora permitiria que saísse ilesa.
___ Pare de arruinar a minha vida! Chega! - Ele golpeou o rosto da esposa com muita força, fazendo-a cair na cama, chorando alto. Era quase como um gemido angustiado. Os murros do marido sempre deixavam marcas. Vedat era extremamente violento.  A boca de Nefes machucou na hora. Ela sentiu de imediato o gosto de sangue na boca. A dor era latente, aguda, mas Nefes já estava acostumada. Passara oito anos sentindo vários tipos de dores. Já sabia até como tratá-las. Tinha todos os medicamentos em casa para tentar amenizar os danos que ele lhe causava. Ela ficou na mesma posição chorando, mas Vedat não teve pena daquela frágil criatura lamuriando sobre a cama, e a agarrou pelos braços levantando-a. Agarrou-a pelo pescoço com extrema violência, ele só não quebrava por que havia praticado muito nela durante todos aqueles anos. Fazia doer no ponto certo para que ela não quisesse nem se mover. Nefes chorava muito alto, tinha vontade de gritar. Mas o medo como sempre a paralisava. Durante o tempo que vivia aquele terror ao lado de Vedat, aprendeu diversas lições, e uma delas foi cair em si que estava completamente à mercê daquele homem cruel. E ele havia se aproveitado disso durante todo esse tempo. Teve épocas que ele a maltratava tanto que Nefes nem se levantava da cama de tanto que seu corpo doía.
___Você fez de novo! - Ele continuava a apertando o pescoço dela, balançava como um ser inanimado. Mas Nefes fazia bem o papel. Aprendera a ficar imóvel enquanto Vedat a manipulava para não irritá-lo a ponto de querer matá-la. Ele gritava feito um lunático, e a obrigava a encará-lo de frente. Coisa que Nefes tentava não fazer por medo de apanhar.
 __ Eu te oferecendo paz aqui, e você me provocando.- Vedat começava a se descontrolar. Um outro murro foi disparado contra o rosto dela. Nefes começou a chorar feito criança. Caiu sobre a cama sentindo uma forte dor no olho que seu marido havia acertado. Ficou paradinha rezando para que caso se mantivesse naquela posição o marido a deixasse em paz. Não queria se submeter à ele aquela noite.
E o modus operandi dele já era conhecido por ela. Ele começava com socos e tapas, mas logo estaria montado sobre seu pequeno corpo, forçando-a. Assustou-se ao ouvir a voz de Vedat ainda falando com ela:
___ Você está sendo ingrata, de novo! - Esbraveja descontroladamente com ódio: ___Você está sendo ingrata, de novo!
____ Levanta! - Vedat puxou a esposa pelos braços com total descaso e violência erguendo-a. Foi levando-a feito uma boneca de pano, arrastando-a para fora do quarto. Nefes não sabia onde segurar, sentia que sendo puxada e manuseada daquele jeito, ele iria acabar quebrando algum osso seu. 
___Fora daqui! - Ele a lançou ao chão do corredor. Ser atirada contra ao chão, contra a parede já era corriqueiro, mas sempre lhe causava lesões sérias. Nefes gemeu de dor. Havia batido o joelho com força e doía muito. Vedat a ameaçou furiosamente:  ___ Não me obrigue a deixar meu filho sem mãe!
Vedat reparou na esposa encolhida, paralisada, aos prantos. Ele já se preparava para puxá-la para o quarto novamente. Era nesse estado que Nefes não lutava contra suas investidas sexuais, mas então reparou que o pequeno Yigit estava no corredor, tapava os ouvidos sentindo muito medo. Encolhido no canto da parede, preocupava-se com sua mãe.
___ Filho? - Vedat falou abaixando perto dele. Agora Nefes olhou e constatou horrorizada a presença do seu pequeno Yigit que havia presenciado tudo aquilo. Vedat preocupou-se:
___ Filho? - Ele pegou as pequenas mãos do menino que tentava ver a mãe por trás do ombro do pai. Queria ter certeza que ela estava bem. Vedat sorriu:
___ Esta tudo bem! Tudo bem, querido! - falava extremamente manso. Nem parecia o monstro que havia espancado e maltrado Nefes há minutos atrás.
- Acabou! Acabou! - Segurou as mãos do filhos agora com força, encostando-a uma na outra. 
 ___ Mamãe e papai só estavam tendo uma pequena discussão, certo? - Sorriu para a indefesa Nefes que observava tudo, apavorada. Ainda tentava se recuperar das dores que sentia. Estava extremamente nervosa.
____ Sinto muito! - Vedat voltou-se para o filho apertando as mãozinhas dele entre as suas. Nefes os observava, esperando ansiosamente pela saída do monstro: 
___ Você também sente, certo, mamãe? - Nefes não acreditava na loucura que ouvia. Vedat levantou e Nefes estremeceu. De certo ele iria acertá-la com um chute ou então puxá-la pelo cabelo novamente. E na pior das hipóteses fazê-la acompanhá-lo para o quarto. E agora sabia que ela iria calmamente. Pois a presença do pequeno Yigit sempre facilitava as coisas para ele. Desde que ele nasceu Vedat percebeu que ela queria protegê-lo de toda aquela violência.
___ Nefes… - Ele se aproximou dela que virou o rosto com ódio, e se encolheu. Vedat a acariciou nos cabelos, Nefes sentiu vontade de gritar tamanho o nojo que sentia, mas segurou-se se contraindo. Ele entrou para um dos quartos confuso.
___ Meu amor… - Nefes se arrastou até o filho e o abraçou com força. Afastaram-se um pouco, e o filho perguntou preocupado.
___ Está doendo, mamãe? - Yigti era extremamente consciente das coisas que via, mas como era criança, e havia sido protegido por sua mãe que havia criado todo um mundo de brincadeiras, ele não conseguia entender bem seus sentimentos de raiva e de medo. Os planos de Nefes de mantê-lo em uma bolha começavam a dissipar. Com Vedat cada vez mais violento, tudo se tornava mais difícil. Pois ele tinha um entendimento muito bom das coisas. 
___ Não, não está doendo, meu amor. - Mentiu segurando a dor. Sorriu, mas até sorrir com um hematoma daqueles era difícil.___ Nós expulsamos o inimigo. Valeu a pena eu me machucar! - Novamente quis parecer que tudo era uma diversão, para que seu pequeno continuasse imaculado, mas já sentia que suas palavras não surtiam o mesmo efeito de quando ele tinha 4 ou 5 anos. Abraçou-o com força, escondendo suas lágrimas e chorou sem emitir som algum. 
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